Uma das coisas mais engraçadas que li ontem numa rede social dizia que ‘Angola foi descoberta por Diogo Cão, e alguns anos depois o Cuanza-Norte, nos últimos tempos, por João Diogo, ou seja, foi preciso um Diogo para que a província desse alguns passos rumo ao desenvolvimento’.
Claro que há, neste escrito, uma certa dose de exagero. Mas, pelo que se escreve e se lê, nota-se que há uma nova dinâmica a nível da referida província, que ontem e hoje está a ser radiografada pelo Presidente da República, João Lourenço, numa passagem que lhe permitirá inaugurar o Hospital Geral do Cuanza-Norte ‘Mário Pinto de Andrade’ e outros projectos sociais.
No último sábado, voltei a visitar a província, situada a escassos quilómetros da capital Luanda, percorrendo o habitual traçado da estrada de Catete e depois da conhecida e percorrida Estrada Nacional 230, até então martirizada, mas que, felizmente, vai dando o ar da sua graça como sempre se esperou.
É comum, muitas das vezes, a população atribuir às deslocações do Presidente da República muitas das realizações que ocorrem ao longo dos últimos tempos nas províncias em que o número um da Nação efectua visitas de trabalho.
E é expectável que no Cuanza-Norte também algumas coisas tenham merecido uma certa aceleração nos últimos dias, o que não deixa de ser louvado.
Porém, com ou sem a ida do Presidente João Lourenço esta semana, é indiscutível que a questão da mobilidade em partes da Estrada Nacional 230 que passam pelo Cuanza-Norte, mormente na sua variante B, há muito que vão beneficiando de obras de reabilitação, o que permitiu a diminuição do tempo de viagem entre Luanda e esta província.
Embora esteja situado a poucos quilómetros de Luanda, o nível de desenvolvimento da província há muito que foi merecendo reclamações por parte dos seus habitantes, assim como dos populares que por lá passam com uma certa regularidade.
A proximidade com a capital do país deveria servir há muito de mote para que a localidade também pudesse merecer desde então das mesmas oportunidades, o que lhe permitiria ser até a área satélite em que poderiam surgir muitos dos grandes investimentos que pudessem complementar as carências não só da sua população, como, sobretudo, dos mais de 10 milhões de indivíduos que sobre- carregam a capital Luanda.
Os últimos tempos vão evidenciando igualmente novas dinâmicas a nível do Cuanza-Norte, o que faz renascer de forma acentuada a esperança de que, finalmente, novos tempos parecem ter chegado para se colocar a circunscrição na senda do crescimento que se observam noutras urbes no país.
A construção de estradas, pontes, novos hospitais, investimentos estatais e privados em sectores-chave da vida económica local são fortes indicadores de que os próximos tempos podem, sim, ser de bonança.
Só o facto de se puder viajar em pouco tempo numa região que tenha água, terra e energia eléctrica, como o Cuanza-Norte vai oferecendo, já é motivo bastante para atrair potenciais investidores e até mesmo cidadãos que não queiram permanecer na azáfama quase infernal de Luanda, que está a somente duas horas e meia de distância.