O consumo de álcool nos cidadãos tem sido uma das questões mais discutidas no mundo moderno, sabendo-se das consequências que o seu uso excessivo pode provocar tanto para a saúde como para a própria sociedade em vá- rios domínios.
É senso comum, até mesmo em brincadeiras, dizer-se que em Angola o consumo de bebidas alcoólicas esteja a atingir proporções alarmantes, incluindo em jovens de tenra idade, alguns dos quais estariam concentrados na própria educação ou outras tarefas que lhes possam indicar um caminho melhor no futuro.
Mas, quem acompanha muito da realidade mundial perceberá que a quantidade de álcool consumida entre angolanos não pode sequer ser comparada com as de outras sociedades, sobretudo as mais industrializa- das e desenvolvidas, onde o consumo por cidadão atinge níveis assustadores.
Ainda assim, a forma descontrolada como se consome entre nós, até mesmo produtos de qualidade duvidosa que chegam ao nosso mercado, há muito que exigia já acções concertadas para não assistirmos ao desmoronamento de uma juventude de quem se espera muito mais e não competições etílicas.
Foi por isso que, num dado momento, ainda no ano passado, se decidiu encerrar as chamadas fábricas de pacotinhos e outras bebidas alcoólicas, sendo que agora vão surgindo medidas legislativas para se regular os horários e locais de consumo destes produtos etílicos, à semelhança do que ocorre noutras partes do mundo.
Inicialmente, acreditamos, uma medida do género deverá deixar surpresos muitos cidadãos e provocar alguns sentimentos de revolta, mas não é nada anormal numa sociedade em que impera a ordem.
Aqueles que optarem por uma postura diferente da que se pede correm o risco de ser multados constantemente com penas pesadas, algumas das quais se acredita que venham a ser um milhão de kwanzas.
Antes da entrada em vigor da própria lei, agora em apreciação na Assembleia Nacional, é imperioso que se faça um trabalho de sensibilização e informação dos populares sobre a medida que vai restringir o comércio de bebidas alcoólicas, assim como o seu consumo em determinados locais. Hoje, em Angola, sem caso de dúvidas, é possível ver a venda de todo o tipo de bebidas alcoólicas em qualquer esquina.
O que, por si só, equivaleria a multas de todo o tipo, acreditando que nem os fiscais teriam blocos suficientes para apontar. E acreditamos que, quando a lei estiver a vigorar, teremos situações várias para analisar, devido não só aos efeitos directos que o álcool provoca, mas pelas incidências do documento que está prestes a conhecer a luz do dia.