Ontem, quarta-feira, o Presidente da República, João Lourenço, conferiu posse aos novos governadores provinciais do Bié, Cabinda, Cuanza-Sul, Huambo e Lunda-Norte, respectivamente.
Num leque predominantemente feminino, o ambiente fez com que o Presidente, a dado momento – em tom de brincadeira – dissesse que não sabia se trataria o grupo no feminino ou masculino, porque Pereira Alfredo, que sai do Bié para o Huambo, era o único cidadão do sexo masculino a ser empossado governador na referida actividade.
Todavia, ressalvando o humor, é de salientar o facto de o Presidente João Lourenço ter, praticamente, justificado as razões das nomeações, o que explicitamente significa que não estava contente com o exercício da governação nas províncias em que muitos destes governantes irão exercer funções. Embora pareça não ter sido o seu desejo, as saídas do Bié de Pereira Alfredo, um quadro que se forjou nas bases do MPLA no Bengo, para o Huambo, assim como a de Mara Quiosa, de Cabinda para o Cuanza-Sul, depois da passagem igualmente pelas terras do Bengo, demonstram claramente a confiança que se tem em relação a estes dois quadros.
Segundo João Lourenço, ao nomearmos os empossados hoje, ‘procuramos premiar o mérito. Isso porque algumas das governadoras – não sei se falo no masculino ou no feminino, talvez no feminino, o Pereira está ali isolado… algumas das governadoras nomeadas, até há 48 horas, eram administradoras municipais.
E, pelo bom trabalho exercido nos municípios, mereceram a nossa confiança e, como tal, pensamos ter chegado o momento de elevá-los à categoria de governadores provinciais’.
E o Presidente João Lourenço acrescentou: ‘Há o caso de quem era governador e foi movimentado. Estou a referir-me à actual governadora do Cuanza-Sul, que vem de Cabinda, ao actual governador do Huambo, que vem do Bié.
As pessoas, às vezes, se interrogam: «mas, então, se estavam a fazer um bom trabalho, porque é que saem’. Embora o tenha feito, uma vez mais, dizendo que o faz na brincadeira, João Lourenço salientou que os governadores que saem de uma província para a outra fazem-no para desempenharem a função de bombeiros.
Ou seja, segundo o Presidente da República, “se fizeram bom trabalho onde estavam, o que esperamos é que venham a fazer igual ou melhor nas províncias para onde foram indicados agora’.
Para as estreantes a nível da governação central, como são os casos das governadoras do Bié, Celeste Adolfo, Suzana Abreu, de Cabinda, a missão será continuarem a manter a mesma pedalada dos seus antecessores, enquanto que a nova timoneira da Lunda-Norte, Filomena Aires, terá uma tarefa de outro quilate devido à situação socioeconómica da referida circunscrição.
Quanto à Mara Quiosa e Pereira Alfredo, enviados para Cuanza-Sul e Huambo, respectivamente, deverão mesmo desempenhar os papéis de bombeiros. Aliás, as manifestações devido à saída dos seus antecessores indicam que há muito fogo por se apagar.