Começa a se tornar inevitável analisar as consequências que o uso exagerado dos telemóveis pode causar na vida de um cidadão, independentemente da sua importância.
Das várias paródias existentes, muitas das quais espalhadas pelas redes sociais, recordo-me de uma em que uma anciã diz que os telemóveis destroem amizades, negócios, casamentos e muito mais.
É claro que existem igualmente muitos benefícios. Mas, nos dias que correm, avolumam-se os aspectos negativos, amplamente divulgados de forma viral, o que vai fazendo com que em determinados países do mundo se comece a pensar em inverter o quadro.
Uma das maiores preocupações tem sido sobre os efeitos a nível da infância e adolescência, o que vai obrigando os próprios estados a adoptarem medidas, incluindo legais, que levem a restringir de forma enérgica este meio de comunicação, apesar da sua importância.
Há pouco tempo, num país africano, pude encontrar afixado numa manhã um anúncio grande logo à entrada de uma escola, realçando, em letras garrafais, que era proibido a entrada de telemóveis com os estudantes.
Há escolas, ainda hoje, incluindo aqui mesmo em Angola, em que os estudantes socorrem-se de aparelhos de telefone para a leitura de diversos manuais ou documentos, deixando de lado os habituais livros físicos num processo que, infelizmente, muitos pensam tratar-se de evolução.
A verdade é que, ao redor do mundo, vão- se acirrando cada vez mais medidas no sentido de se inverter o uso dos telemóveis nas escolas, priorizando o regresso imediato aos livros físicos. Na Europa, por exemplo, o movimento vai ganhando corpo, incluindo nos países mais desenvolvidos. Na América, ao que tudo indica, o sentido adivinha-se o mesmo.
Ontem, por exemplo, o Brasil entrou na mesma onda, com o Presidente Lula da Silva a sancionar uma lei semelhante. O referido diploma, segundo sabemos, proíbe o uso de telemóveis para o ensino público e privado, e para todos os níveis da educação básica: ensino infantil, fundamental e médio.
Não só em sala de aula, mas também nos recreios e intervalos. Está aqui um exemplo que não repugnaria se fosse tomado igualmente pelas autoridades angolanas, porque, certamente, muitos estudos já vão atestando os prejuízos que o uso dos telemóveis vai causando naqueles que se acredita serem o futuro do amanhã. E restringir ao máximo é o caminho que também deveríamos seguir.