O título desta crônica foi retirado de um trecho de uma entrevista concedida a este jornal pelo empresário Pedro Godinho, homem forte da Prodoil e líder máximo da Câmara de Comércio Angola-Estados Unidos da América.
Conhecedor dos meandros que norteiam as relações comerciais entre os dois países, ele foi um dos que, nos últimos tempos, se foi batendo pela melhoria do ambiente de negócio, preferencial- mente se ultrapassassem os limites anteriormente estabelecidos pelo petróleo, em que esteve, quase sempre, assente as relações.
E é dele a seguinte afirmação: ‘Angola conseguiu conquistar e ter à sua disposição um dos maiores advogados do mundo, que é tão-somente o Presidente dos Estados Unidos’. É sabido que, em política, – sobretudo na relação entre os estados – não há almoços grátis. Ainda assim, não deixa de ser marcante, sim, vezes qua- se sem conta, os momentos em que o Presidente Joe Biden se pronunciou sobre o nosso país, sobretudo em fóruns de cariz internacional.
Fê-lo na Alemanha, no ano passado, e este ano, na véspera das comemorações da independência, e acresceu que ‘ os Estados Unidos estavam inte- ressados em fazer de Angola uma das maiores potências de África’. Apesar do pessimismo latente em determinados sectores da vida política, económica e social do país, as intervenções do líder norte-americano existem, podem ser comprovadas e atribuem um novo élan às relações entre os dois países e esperanças de que o encontro produzirá bons resultados.
Infelizmente, e porque não se pode comandar os pensamentos alheios, haverá quem a esta hora se esteja cutucando pelo facto de o encontro ter acontecido. Para muitos, o mais importante são os interesses particulares do que aqueles que assentam na busca de soluções para os problemas que o país atravessa, alcançáveis com investimentos internos e externos, produção nacional, estabilização da taxa de câmbio e o aumento de postos de trabalho.
E os próximos tempos servirão para aferir o quão proveitoso terá sido a passagem do Presidente João Lourenço pela Sala Oval da Casa Branca, com o lí- der da maior potência do mundo e um dos países mais ricos do planeta. E é esse homem que, embora estejamos conscientes de que o desenvolvimento de Angola depende- rá dos angolanos, apontado como sendo um dos advogados das nossas causas, segundo Pedro Godinho. Porque os norte-americanos já colocaram dinheiro e querem fazer parte deste processo de crescimento do país, incluindo cerca de mil milhões de dólares só para o Corredor do Lobito.