Há alguns anos, em companhia do meu amigo Pedro Cristina e do Minhocas, percorremos a província do Cuando Cubango, procurando descobrir as suas maiores riquezas e potencialidades turísticas.
Saídos de Luanda, andamos até Menongue de carro, para depois percorrermos igualmente as regiões de Savate, Caiundo e alcançar o Rundu, já na Namíbia, e chegar ao Cheto e, por fim, o conhecido Bico de Angola.
Para quem não sabe, o Bico de Angola é aquela parte semelhante a um bico na província do Cuando Cubango, aí na zona fronteiriça entre o nosso país, Namíbia e Botswana.
É nas proximidades da conhecida faixa de Caprivi, uma abençoada zona, onde a fauna e a flora exibem uma imagem invejável.
Talvez fruto da guerra, porque aí próximo estava a base central da UNITA, a Jamba, a parte angolana, a olho nu, menos desenvolvida a nível turístico, embora seja aquela que possua mais animais e uma floresta invejável.
Enquanto andávamos, numa mata seguindo as picadas de carros provenientes da Namíbia, era possível divisar animais, sobretudo elefantes que circulam em números consideráveis.
Do lado namibiano, onde pernoitamos alguns dias, vêem-se resorts de primeira linha, parques para campismo e outras infraestruturas extremamente concorridas sobretudo por turistas estrangeiros e alguns nacionais.
À partida, para quem olha para as diferenças existentes entre uma parte e outra, a grande curiosidade é saber porque estamos distantes de uma realidade e outra.
Por estes dias, em que o turismo é uma das principais apostas do Executivo, o ministro da pasta, Márcio Daniel, termina hoje uma visita ao bico de Angola.
Quando partiu para o Cuando Cubango, ficou no ar o apelo para que empresários nacionais e internacionais possam investir naquela zona, principalmente no chamado Bico de Angola.
Certamente que interessados não faltarão, mas, ainda assim, seria bom que se bebesse da experiência dos países vizinhos e dos seus empresários, para se saber por que do outro lado deu tão certo que hoje se tornou um dos principais pontos de arrecadação de fundos para as suas economias.