É prática comum nos nossos dias muitos jovens usarem de forma jocosa a frase ‘os assuntos neste país não acabam’ quando se querem referir a novas ideias, projectos ou até soluções que lhes chega.
Embora seja mais visível para comentar aspectos da vida artística e até social, os assuntos da política macro não têm passado despercebidos.
E não é para menos, se tivermos em conta que a cada dia surgem coisas antes mesmo de outras terem sido devidamente ‘ingeridas’ e os resultados apresentados.
A manhã de ontem, terça-feira, foi marcada por discussões em vários círculos sobre a possível entrada em funcionamento do futuro Teleférico Urbano de Luanda, uma forma que parece se querer implementar para contrapor o velho e insustentável problema de mobilidade a nível da capital do país, Luanda.
Por estes dias, um dos temas mais debatidos tem sido a proposta da Bancada Parlamentar do MPLA para uma hipotética divisão de Luanda, o que daria lugar para o surgimento de mais uma outra província, por sinal, distante das propostas iniciais que constam da Nova Divisão Politico-Administrativa ainda em curso.
Albergando mais de um terço da população do país, e transformada hoje numa placa em que muitos buscam melhores condições de vida, a capital do país tem sido também palco de inúmeros problemas.
Aliás, a forma desordenada com que cresceu ao longo dos anos de conflito armado – e ainda nos dias de hoje – fizeram com que não se criassem infra-estruturas que permitissem a introdução de serviços que pudessem facilitar o fornecimento de água, estradas, escolas, postos de saúde e até mesmo energia eléctrica.
E a falta de transportes para mover de um sítio ao outro os mais de 10 milhões de habitantes tem sido uma das principais dores de cabeça do Executivo.
E nos últimos tempos, pelos vistos, são várias as soluções que têm sido colocadas à mesa, embora algumas delas nem sequer ainda tenham saído do papel.
Não há mal algum que Luanda venha a ter, em determinados pontos, os agora anunciados e discutidos teleféricos. Porém, resta, sim, saber se se trata da solução mais viável para o que enfrentamos ultimamente, principalmente entre a periferia e o centro urbano da capital do país.
Embora seja um transporte que exista em muitos países, possibilitando a circulação de milhares de cidadãos de um ponto ao outro, ainda assim acreditamos que a viabilização de um verdadeiro metrô de superfície ainda poderá culminar em resultados maiores e num curto espaço de tempo.
À semelhança de outros projectos, os prós e contras já se começaram a manifestar. E que venha então o debate para se aferir se devemos ou não ter já o teleférico entre nós nos próximos tempos, seja por iniciativa do Executivo, ou então de privados, ou, quem sabe, até numa parceria público-privada.