A três meses do fim de 2023, um ano que se pode considerar negro para os angolanos, devido a alta de preços e a crise económica e social que se atravessa, surgem também indicadores de melhorias que poderão ser observadas nos próximos anos.
Sempre fui apologista de que o desenvolvimento do país passaria necessariamente pelas estradas. São elas que vão permitir a ligação entre as pessoas, as comunas, municípios, províncias e, sobretudo, o escoamento dos produtos produzidos a nível interno e externo.
Houve épocas, sim, em que nos perguntávamos o que se estava a passar para que alguns troços, extremamente importantes não estivessem a ser já reparados, sabendo-se que um dos argumentos evocados pelas diversas associações de camionistas, para o aumento do valor do frete, era o estado degradante em que estão partes das estradas nacionais.
Embora outras também clamem por reabilitação, um dos troços que sempre constituiu motivos para críticas ao Executivo angolano é a Estrada Nacional 230, a que liga as províncias de Luanda, Cuanza-Norte, Malanje, Lundas Norte e Sul e Moxico.
Rica em recursos minerais, como diamantes e outros, quase que não se conseguia compreender o descaso que se assistiu durante largos anos na referida via. Um factor que acabou sempre por encarecer os bens que chegam a estas províncias por estrada e consequentemente tornando mais difícil a vi- da das populações das províncias das Lundas Norte e Sul, principalmente.
As expectativas eram de que se pudesse viajar até estas localidades sem sobressaltos a partir do passado mês de Agosto do corrente ano. Uma realidade que não aconteceu, certamente, devido a vários constrangimentos, mas já é visível os avanços que as obras em curso criaram e os resultados que os próprios camionistas, que trafegam nesta parte da Estrada Nacional 230, hoje sentem.
É provável que por estes dias, à medida que as obras avançam, os populares exultem. Afinal, com a entrada frequente de produtos deixarão de pagar os absurdos por conta dos elevados valores dos fretes que fazem com que as mercadorias no território custem o dobro ou até mesmo o triplo em alguns casos.
Além das minas de diamantes que todos os anos colocam milhares de milhões de dólares nos cofres públicos, o estado caótico em que se encontrava a via entre as Lundas e o Moxico era também uma mina – ou fonte de riqueza- para muitos especuladores, independentemente dos contratempos que possam viver durante a caminhada.
A estrada nacional 230 é ela, por si só, um dos principais pilares para o desenvolvimento do Nordeste. E assim que for entregue os seus benefícios não tardarão, podendo proporcionar àqueles povos o sorriso há muito rouba- do pelas dificuldades económicas e sociais de que ainda padecem.