Caiu o pano, ontem, sobre a IV edição da Feira das Cidades e Municípios, organizada pelo Executivo angolano na cidade do Lubango, província da Huila. Coube ao Presidente da República, Joao Lourenço, a abertura do evento, depois de dia antes ter trabalhado na referida província. Mesmo à distância, as imagens e informações que nos chegaram indicam para o êxito da actividade, uma iniciativa que acabou por trazer à ribalta as potencialidades de cada um dos 164 municípios que compõem o país.
A esta hora que escrevo, ainda não se sabia que município terá vencido a categoria de melhor, muito menos outras premiações que certamente farão com que os demais trabalhem de forma afincada para que no próximo ano venham a merecer tal classificação. Independentemente de quem vença ou perca, foi bom ver as riquezas que cada uma delas possui, em termos turísticos, agropecuário e noutros domínios, o que evidencia que temos um país soberbo, cujo desenvolvimento depende única e exclusivamente dos próprios angolanos e nunca de uma mão caridosa que venha do estrangeiro para o efeito.
Numa altura em que nos debatemos com uma crise financeira e económica, com uma alta nos preços dos produtos básicos, ver os municípios expondo vários produtos que podem garantir, num futuro próximo, autossuficiência alimentar, demonstra-nos que as soluções sempre estiveram ao nosso lado, apesar dos queixumes de que nos fizemos acompanhar, encontrando até, muitas vezes, culpados que nunca existiram.
Foi bom ver municípios que produzem com alguma fartura trigo, arroz, feijão, batata rena, óleo de palma e outros bens. Para muitos, com certeza, são produtos que incialmente pensavam serem importados, quando aqui ao lado de nós, a poucos quilómetros de distância, sempre existiram campos que nos podem livrar da excessiva importação que mais alimenta interesses alheios. Gostaria imenso de poder ter estado no Lubango. Quem lá esteve – ou ainda está- terá conhecido em pouco tempo o que é afinal a Angola real, sintetizada num espaço curto através de 164 stands de municípios e ao mesmo tempo elucidando sobre aquilo que são as suas culturas, riquezas, serviços e produtos que este vasto país tem para nos oferecer.
Nunca houve dúvidas de que a vida se faz nos municípios. Aliás, quem ainda pensar que só se vive nas grandes cidades está fadado ao fracasso. Resta agora as respectivas administrações colocarem em prática muitos dos conselhos e opiniões que terão recebido para que muitas das coisas que estão no papel se tornem realidade, e assim fazermos deste pais um lugar ideal em que se pode viver. Ainda a vida no município.