Tornou-se fastidioso nos dias que passam assistir ou ouvir um programa de rádio. Não que esteja a ficar Velho, porque os quase 50 anos, ou seja, meio século, ainda podem suportar muita coisa.
A grande verdade é que ainda se liga um televisor, para ver um determinado programa, ou se sintoniza uma emissora de rádio quase que não há muito de empolgante se se tiver em conta quem são as pessoas escolhidas e aquilo que têm para oferecer. Tem sido assim todos os dias. A oferta tem sido diminuta.
Aquelas que se supõe, para muitos, referências surgem depois de polémicas ou assuntos até tidos como descabidos, alguns dos quais polémicos e que deveriam merecer repulsa da própria sociedade. Não sou do tempo do kaparandanda. Um dia destes chegue lá.
Mas sou daquela fase em que as referências, ou aqueles que mereciam atenção, são os que se evidenciavam na música, literatura, arquitectura, dança ou ainda uma outra arte que merecia de todos um certo reconhecimento.
Nesta fase das redes sociais, em que não basta ser intelectual para se afirmar ou ganhar o título de influencer, não há filtro que depure, por exemplo, que até figuras que se marcam por atitudes contrárias aos bons costumes se apresentem ou sejam exibidas como modelo para as novas gerações. São vários os nomes. Convém nem citá-los para não ferir susceptibilidades, nem levantar polémicas desnecessárias. Mas eles abundam. Estão aí e aos montes.
Infelizmente, contando com o apoio de um naipe de indivíduos que se deveriam mostrar como sendo os filtros para uma melhor escolha do que se deve hoje ou não exibir ou publicitar. Dirão alguns que estaremos fora de moda. Melhor será se assim for. Afinal, não há como concordar com muitos dos conteúdos que nos tem sido oferecido.
Nem mesmo nas sociedades mais liberais se aceita a promoção de determinados conteúdos ou personalidades que vimos exibidos nas nossas televisões, rádios e jornais. Quem me dera se, hoje, ainda pudéssemos oferecer aos nossos filhos, amigos e outras pessoas referências de que nos pudéssemos orgulhar por terem, de facto, marcado as suas vidas de forma positiva
Pena é que a sociedade se vai guindando para um caminho em que a audiência e os likes aceitam qualquer um. Até mesmo aqueles que se exibem no dia anterior em trajes menores ou durante o coito são vistos como anjos no dia seguinte.