Nunca fui um grande amante dos rankings. Mas, devo confessar, é sempre curioso quando se lançam informações novas, seja sobre pessoas ou até mesmo instituições, independentemente das áreas de actuação.
Nesta fase do ano, em que estamos prestes a franquear o quinto mês – e daqui a pouco meio ano – já se sabe, por exemplo, quem são os mais ricos do mundo, as melhores universidades, as mulheres e os homens mais bonitos, as empresas mais lucrativas ou ainda os maiores filantropos no universo.
Em Angola, apesar de alguns exercícios que foram sendo feitos ao longo dos últimos anos, a divulgação de números ou ainda estatísticas chega a ser um tabu. De tal modo que não existem muitas informações que nos levem a saber quem serão os mais endinheirados, as empresas que mais lucraram nos meses anteriores nem mesmo as projecções. Os números sempre foram um dos grandes calcanhares de Aquiles.
E as estatísticas ou até mesmo a divulgação de dados uma espécie de guilhotinas, porque, apesar das fortunas que circulam e as informações de que se tem acesso, os ricos querem se parecer pobres, os pobres se fazem de ricos e as empresas quanto menos divulgarem para elas melhor. Ainda assim, há quem vai dando sinais de mudança.
E as universidades terão sido aquelas que melhor se vão adequando a esse novo normal, embora não seja, de certo modo, convidativo as estatísticas ou resultados da posição em que muitos se encontram nos rankings divulgados nos últimos tempos.
Não há, por exemplo, entre as melhores instituições de ensino superior em África universidades angolanas, não obstante o facto de se ter crescido em termos numéricos como cogumelos. As universidades sul-africanas, egípcias, marro- quinas, ganenses, namibianas e outras dominam há vários anos.
Apesar da quantidade de universidades e institutos superiores, não há entre nós um ranking credível em que os estudantes no início de cada ano lectivo se possam guiar para efectuarem as suas escolhas ou até mesmo os encarregados de educação colocarem os seus educandos. Aos poucos, até mesmo aquelas que se parecem mais sérias podem já não ser.
Sabe-se, por estes dias, que o Instituto Nacional de Avaliação, Acreditação e Reconhecimento de Estudos do Ensino Superior (INAAREES) realizou uma avaliação às universidades e institutos superiores que leccionam os cursos de saúde, como medicina, odontologia, fisioterapia e enfermagem.
Curiosamente, embora o estudo tenha sido feito pelo Estado, que reclama uma série de investimentos neste sector, as universidades que melhor posicionadas estiveram foram as privadas.
As públicas ficaram todas atrás, o que parece demonstrar alguma falta de atenção do Ministério do Ensino Superior nas referidas unidades orgânicas. O que faz com que muitos depois prefiram ir ao privado e esquecer-se do público, que nem mesmo num ranking pequeno – e interno -– logrou ter bons resultados.