O MPLA está a ocupar quase todos os debates na sociedade, o que é bom, está na ordem do dia. Há meses que quase não se ouve falar dos partidos da Oposição. Mas isto não é tudo rosas, há espinhos também.
POR:José Kaliengue
Vejamos: além dos estragos internos que a má discussão sobre a sucessão na liderança do partido pode causar, há ainda o desgaste na sociedade, inevitável, com que terá de lidar o próximo líder. Mas tudo isso não é nada, se comparado com o problema maior, que se está a avolumar todos os dias, que é o afastamento entre o Executivo suportado pelo MPLA e o povo. Eu explico. Passados seis meses de governação, se a luta contra a corrupção, apesar de mediatizada, ainda não deu os frutos esperados, grandes, o povo, não sei se sente na mesa os resultados das políticas governativas. E estas coisas, em todo o mundo, avaliam-se por trimestres: Quantos empregos foram criados? Que turismo temos? Como estamos em termos de saúde pública? Que cidades têm os problemas de saneamento, água e transportes públicos resolvidos? Está desagravado o problema cambial? Em que níveis está a criminalidade? O MPLA está demasiado virado para dentro e se esqueceu de ir dando estes comprimidos de informação ao povo, que é o que vai, efectivamente, contar nas próximas eleições. E o povo não vai guardar esta avaliação para 2022, será já nas autárquicas.