A prior, há uma elasticidade semântica nos sintagmas que fundamentam a perspectiva do nosso argumento “dialogar, unidade, diversidade e cultural”, que subjazem à margem de seus sentidos etimológicos.
Pois, entendemos que a cultura, tendo em conta a nossa matriz filo-histórica e antropológica, subscreve-se nos marcos da orientação, da criação de modelos, da redefinição de gostos, do apelo à conscientização colectiva e, obviamente, do funcionalismo etnocultural à luz do diálogo que se faz presente na diversidade sob os tecidos da unidade.
Assim, é necessário que cada agente etnolinguístico desenvolva a cultura do diálogo como vector de desenvolvimento, de estabilidade, de progressão, de inclusão, de participação e de aceitação do outro como parte da cosmologia angolana.
Neste sentido, tendo em vista todo o nosso percurso histórico e as diferentes etapas da construção do imaginário angolano, o diálogo não se pode constituir como mero arremesso de marketing político e disputas do falar bonito.
Por outra, a fala de enxofre e do recuo histórico como meio de afirmação política ou social não pode continuar a ter espaço no panorama do país que se quer. Daí que, aludimos que dialogar é respeitar sem ironia.
É a capacidade de lidarmos com as contrariedades discursivas sem os rótulos do pensar diferente. Trouxemos, propositalmente, o vínculo cultural no intuito que os nossos valores cívicos, que a moral da nossa oratura e o humanismo transcendental das nossas ancestralidades sirvam-nos de modelo num diálogo permanente, em que as lentes filosóficas do nosso pensar seja alavanca do progresso contínuo.
Pois que, dialogar subentende também a comunicação desalmada de variantes históricas, de cores partidárias, de ideologias e de crenças que nos anulam constantemente.
Dialogar na unidade e diversidade constituem as espinhas dorsais para que juntos à base da aceitação da singularidade, sem aproveitamentos, construamos uma Angola pluralista.
A perspectiva cultural surge por entendermos que a cultura é o vector dinamizador na agregação do humanismo como canal de transposição do sujeito.
Por: Hamilton artes