Há uma pergunta silenciosa que define o rumo da nossa vida: “Devo passar mais ou menos tempo com estas pessoas?” Parece simples, mas carrega um peso imenso sobre o tipo de sociedade que estamos a construir – e, sobretudo, sobre o tipo de juventude que estamos a formar.
Vivemos num tempo de conexões fáceis e relações rápidas, onde as redes sociais prometem pertencimento, mas muitas vezes entregam dispersão.
Como advertia Epicteto, devemos ser cuidadosos com as nossas relações para que não nos transformemos no reflexo daquilo que criticamos.
Ou, como ensinou Goethe: “Sabendo de que te ocupas, saberei para onde vais.” Esta reflexão não é apenas individual. É política. É cultural. É estratégica. É nacional.
No campo digital, as percepções ganham velocidade e poder. Uma ideia mal explicada pode gerar divisão; uma palavra bem usada pode gerar mobilização.
As redes sociais, ao mesmo tempo que nos conectam, também têm o potencial de nos fragmentar. Tudo depende de quem ouvimos, com quem interagimos, com quem caminhamos. Há influências que constroem pontes — e há outras que erguem muros.
Angola precisa, hoje mais do que nunca, de jovens que escolham caminhar com quem os desafia a crescer. De políticos que se rodeiem de conselheiros honestos e competentes.
De comunicadores que optem por informar e formar, e não apenas por entreter ou manipular. Porque sim, diz-me com quem andas, e direi para onde o País está a caminhar.
O jovem que vive rodeado de negativismo, de críticas vazias e de líderes sem visão dificilmente sonhará grande.
E o líder que se cerca apenas de aduladores nunca ouvirá a verdade. Um País que consome desinformação mais do que ideias está condenado a repetir os mesmos erros.Jim Rohn dizia: “Tu és a média das cinco pessoas com quem mais passas tempo.”
Que Angola estamos a construir, se o que mais consumimos são vozes que desacreditam tudo, destroem ideias antes de nascerem, e zombam dos que ousam fazer diferente? Senhores jornalistas, sejamos fiéis à missão de informar com rigor. A palavra é uma arma poderosa. Pode levantar uma Nação — ou afundá-la no cepticismo.
Querida juventude angolana, escolham bem os vossos círculos. Procurem os que vos desafiam, os que vos fazem sonhar mais alto, estudar com mais foco, servir com mais coragem.
Não é vergonha afastarse de quem vos puxa para baixo. Com os bons, aprenderás as coisas boas. Com os malvados, deitarás a perder até a alma.
A reconstrução de Angola não começa apenas com reformas ou investimentos — começa com cada pessoa que escolhe com quem anda, com quem aprende, com quem sonha.
E sim, também com quem decide ignorar. Não há País forte sem círculos fortes. Não há futuro promissor se nos rodearmos de passado estagnado.
O tempo de mudar começa com uma escolha diária: quem me inspira a ser melhor? E mais importante: quem me ajuda a fazer de Angola um País melhor?
Por: EDGAR LEANDRO