Mais de 5 mil anos de história perfeitamente documentada, preservada, e 40 anos de revolução tecnológica radical e global, fazem da China um gigante a ter em conta neste mundo cada vez mais globalizado.
Para trás ficaram, definitivamente, os tempos em que, segundo um ministro brasileiro dos Negócios Estrangeiros, a China tinha proposto como produto para vender ao Brasil o fogo-de-artifício, no dealbar dos anos oitenta Foi um período de pouca abertura, acorrentado por uma ideologia política que tolheu o pensamento inovador, inventor, mas que foi, sabiamente, contornado por um reformista da estirpe de Deng Xiaoping, ao substituir Mao Zedong no leme do país, que teve a visão de assumir a manutenção de outras realidades sócio-económicas de territórios chineses governados por potências coloniais europeias, mas que teriam de retornar à soberania da China continental.
‘Uma China, dois sistemas’ foi o mote dado por Xiaoping, que propôs aos seus pares uma marcha para inverter um quadro de economia sumamente agrária e de tecnologia rudimentar, alcançando o esplendor que guinda a China, nos dias de hoje, à condição de segunda economia mundial.
A fé na história gloriosa, a erradicação de vícios comom a corrupção, a aposta na hibridez da sua economia, estabelecendo parceiras com economias tecnologicamente mais avançadas por via da concessão de incentivos e facilidades aduaneiras no usufruto dos benefícios conduziu, rapidamente, a um momento sem igual na atracção de capital externo para o desenvolvimento da sua economia, aliada à modernização das capacidades tecnológicas e a qualidade dos seus quadros.
Hoje, a China dispõe de capital humano de qualidade com conhecimentos adquiridos nas mais prestigiadas universidades do mundo, havendo mesmo a sublinhar o facto de um cidadão chinês com um bom nível de instrução seja falante de pelo menos duas línguas estrangeiras.
A conjugagação das políticas acima referidas, assim como o estabelecimento de joint-ventures em condições vantajosas para ambos lados, dar o almejado salto tecnológico em apenas 40 anos de árduo trabalho.
A construção de uma cidade tecnológica como se pode considerar toda a região de Shenzen, onde avultam gigantes como a Huawei, a Mindray, Tencent, entre outras, diz bem do caminho percorrido pela China para alcançar a excelência tecnológica, sendo hoje objecto de crispação a relação com o Ocidente e que submete algumas destas empresas a incompreensíveis boicotes.
Nas margens do Rio Yangtsé, outrora lugar de repouso para pescadores depois da pesca, foi erguido o mais importante centro financeiro internacional da China,.
O país asiático não abdicará desta senda de desenvolvimento.
A descoberta do lado oculto da Lua é tão só a façanha mais expressiva do seu avanço tecnológico , antecipandose a países pioneiros da exploração espacial.
Hoje, a China respira prosperidade como reflexo da articulação entre o desenvolvimento económico e social e redução da população pobre.
O ganho substantivo desta política pode ser aferido pelo número chineses que consome o turismo interno e externo, em caravanas turísticas organizadas.
Navegadores por excelência, no outro tempo, hoje a China projecta-se para o exterior através da reinvenção de uma postura milenar resumida na expressão ‘One Belt, One Road’, reconstituindo rotas de comércio com o resto do mundo inteiro.
Como já dizia o imperador Napoleão Bonaparte, “Quando a China acordar o mundo vai tremer”.
Embora Bonaparte fizesse essa abordagem na perspectiva militar, na verdade o que este país asiático pode vir a fazer é quebrar a unipolaridade do mundo em termos de relações internacionais, quando imperava o pensamento ocidental, e ampliar o espectro para a multipolaridade, tal como o mundo aspira.
No caso da economia angolana, os textos seguintes dizem bem do impacto da cooperação entre Angola e a China, nos últimos 40 anos, e das suas mais importantes realizações ao nível da construção de infra-estruturas tão importantes para a modernização da sua economia.