Ilustre coordenador do jornal OPAÍS, obrigado pela oportunidade e óptimo fim- de-semana! A cidade de Luanda, capital angolana, rica em história clássica e contemporânea, sempre contou com livrarias renomadas. Durante anos, essas casas de cultura alimentaram o saber de várias gerações e isso ajudou a construir a personalidade de muitos cidadãos.
Daí, pode-se inferir que o interesse pela leitura era tanto que, volta e meia, a cidade não tinha a gente que tem hoje, e até estávamos em guerra, as pessoas liam um livro em zonas de lazer. Assim, o tempo passou e tais casas de leitura deram lugar a novos espaços comerciais e, aos poucos, nota-se, cada vez mais, a morte pelos hábitos de leitura.
Aliás, é importante realçar que a qualidade do ensino público não alimenta esse hábito, porque os problemas sociais dos educadores são tantos. A família, uma ou a primeira célula da sociedade, também está em crise, por isso a cultura e o poder crítico das pessoas continuam a morrer mesmo. Das poucas livrarias que existem na cidade de Luanda, contam-se os cidadãos que as visitam para saber só os títulos em voga ou comprar. As razões são várias.
Com o advento das redes sociais, um problema global, era suposto ler-se muito, mas esta geração fica mais perdida nas redes sociais. Noutras paragens, mesmo com tais ferramentas tecnológicas, lê-se muito. É verdade que as condições públicas de lazer não são óptimas. Luanda cheira mal e não tem também condições para a leitura.
As autoridades devem fazer alguma coisa. A política do livro tem de ser revista. O ensino tem de melhorar. Há mesmo poucas livrarias!
POR:Baniel Kissanguela, Cazenga