Espero que esteja tudo bem com a equipa do jornal OPAÍS e deixa, desde já, dizer que lamento imenso a perda do vosso colega, Ismael Mateus! Sou um cidadão muito atento às coisas ligadas às políticas do Estado e, sempre que há um projecto de desenvolvimento social, atiça ainda mais a minha atenção.
É assim que tive o cuidado de acompanhar o lançamento do Censo, através dos meios de comunicação social, com destaque para o jornal OPAÍS, a 19 de Setembro do corrente ano.
É um importante momento, pois precisamos de saber quantos somos, como vivemos e o que precisamos, para que haja políticas certas nos locais certos.
Na verdade, e por isso mando esta carta do leitor, caros jornalistas, estou preocupado com o facto de, passados mais de dez dias desde o lançamento oficial do Censo Populacional, não estou a ver os inquiridores, nem a visitarem a minha pobre casa – aqui, nas imediações da Condel, no bairro Zamba 4, no Cazenga, muito menos na casa da minha mãe, nas imediações do bairro Sanza Pombo, no Grafanil Bar, em Viana.
O que se passa com os inquiridores? Será que seremos mesmo todos contados em um mês? São questões que muitos angolanos continuam a fazer, pelo facto de o “grupo de uniforme laranja” não estar a ser visto nas comunidades, principalmente aqui na capital do país.
Precisamos ser contados, e esta não é a primeira vez que isso acontece, mas penso que o último Censo, de 2014, esteve melhor organizado, tanto em termos de logística quanto no cumprimento das etapas do processo, bem como na comunicação com a população.
Há a necessidade de se melhorar enquanto dá tempo de ver este aspecto, ver o que está a falhar e procurar corrigir. Se foram contratadas poucas pessoas, se há dificuldades de logística, que nos digam, só não nos deixem assim, com dúvidas de que o Censo não esteja a acontecer, porque não estamos a ver os inquiridores a “deambularem” nos bairros ou a baterem às nossas portas.
Por favor, nos dão alguma informação, pois o cidadão tem direito, de acordo a CRA, à informação. Ou então não estamos a ser inquiridos ainda porque estamos no gueto? Se calhar, vocês que vivem nas centralidades já foram contados e nós vamos ficar para o fim!
Só pode. Mas a verdade é que, mais ou menos dias, se estiverem a fazer mal este trabalho, os resultados virão à to- na. Se forem forjados os números, para apresentarem o trabalho no tempo programado, quem terá dificuldade de gerir o país ou implementar os eixos de governação serão vocês – os dirigentes.
Quando o dirigente não sabe o número de crianças em idade escolar existente no seu território, por exemplo, não saberá a necessidade de escolas primárias para aquela zona. Temos de ser sérios com os dados do Censo. Aquele abraço!
POR:Luís Sete Manuel, Cazenga