“Éeee…ééé…é três cem, o pão grande”! É icônico, inusitado, inestimável e incansável a maneira como eles ganham a vida.
POR: William de Carvalho
São homens, jovens e chefes de família que, desprovidos de qualquer vergonha e movidos por uma vontade acérrima de vencer, saem às ruas de Luanda, pela manhã e ao cair da tarde, levando consigo carros-de-mão onde colocam os pães que fazem a delícia aos clientes aos quais saciam a fome ao matabicho, naquela que é a tão propalada actividade da “zunga”. Tal acto releva pelo facto de assegurar-se aqui a igualdade do género, pois a venda ambulante era mais frequentemente associada à figura da mulher, da mãe que saia às ruas à busca do sustento para os filhos. Fico feliz em saber, que esse gesto significa por um lado, que esses jovens têm imensa vontade de vencer na vida, garantir o seu sustento e de suas famílias com honestidade, determinação e dedicação, e, que os mesmos não estarão escondidos na encruzilhada das ruas assaltando e roubando os transeuntes, seus concidadãos, que de sol a sol se sacrificam para ganhar a vida, por outro. Fico imensamente triste e preocupado em saber, que esses jovens têm idade activa e representam a maior franja da população angolana, segundo dados do último censo realizado. Como era bom, agradável e estimável, o Governo apostar na industrialização do país, pois é o sector que melhor se apresenta em condições para absorver essa massa de jovens em idade activa que está carregada de sonhos e com vontade de vencer, pois a juventude, tal como as dedr mais fases da vida, passa, e com ela acabam-se-lhes a força física e, para eles, não há qualquer reforma que lhes assegure o futuro, pois a actividade que desenvolvem não é institucionalizada.