Oiço dizer com frequência que Luanda não está preparada para receber cargas pluviométricas, facto que gera em mim certa tristeza de coração. A melhoria no trânsito feito em Luanda, passa não só pela mudança de consciência dos condutores, mas também pela reparação das vias terciárias como meio para descongestionar o tráfego rodoviário.
POR: William Carvalho
Bairro Popular, Palanca, Terra Nova, Nelito Soares, São Paulo, Precol, Bairro Operário, Petrangol, Pedreira, Cerâmica, Cefopesca, Vidrul, Golf I e II , Capolo I e II , Calemba II , Camama, Fubú, Sapú I e II , Rasta, Iraque, Bita, Robaldina, Grafanil, Estalagem, Km30, Zango I,II ,III e IV , Rocha Pinto, Gamek, Kifica, Morro Bento, Zonas Verdes, Ramiro, Samba etc., são alguns bairros e zonas que sem saneamento, com águas, lama, lixo, ratos, baratas e cheiros nauseabundos, fazem de Luanda em época chuvosa um verdadeiro “curral de porcos”. Em muitos deles, os pedestres se convertem por vezes em homem-aranha por trepar paredes ou pular entre pedras para se deslocar, e o mais caricato é que ricos, governantes e modestos cidadãos, retiram das garagens os Lexus, V8 e Patrol para circular em charcos e poças d’água porque quando chove, safa-se quem tem um 4×4. Desse modo, como se vai evitar e combater a febre-amarela, a malária, as doenças diarreicas agudas e tantas outras que a ela se associam? Estamos independentes há 43 anos, gozando uma paz efectiva há 16 e só há 4 anos surgem os primeiros sinais de urbanização com as centralidades. Por que razão até à data presente não são requalificados os bairros herdados da era colonial que tão bem podem contribuir para a melhoria das condições sanitárias da cidade? E, agora que estamos com esse orçamento que vai todo para pagar a dívida pública, não sei quando é que se fará tal requalificação! Se na capital está assim, que dizer das restantes províncias!