Caro director, Escrevo para o jornal como forma de apelar aos professores para que párem com a greve que estão a fazer, porque apenas prejudicam os alunos e as famílias. Prejudicam o país. Quinze dias sem aulas é muito tempo.
POR: Justino André Benguela
Ainda mais num país onde nem as escolas são boas, nem o sistema é bom, nem as condições de trabalho são boas, nem as famílias têm condições para ajudar os professores e nem os próprios professores têm todos qualidade. Com todas as debilidades que temos, devemos pensar bem. Quinze dias é muito. Os professores, no meu ponto de vista, têm direito de entrar em greve, mas não precisa de ser por tanto tempo. Acho que lhes deviam descontar por estes dias todos. Eles poderiam optar por outras formas de luta que são tão eficazes, como marchas e protestos, pelo menos uma vez por semana em todas as províncias. Isto também daria para vermos a capacidade de mobilização do sindicato e o empenho dos professores na luta pelos seus direitos. Mas greve de quinze dias é um absurdo. Outra forma poderia ser, por exemplo, dar apenas metade das aulas. Ou, no fim do ano, não lançar as notas. Congelar. Os salários dos professores são mesmo muito baixos, o Estado deve ceder ao que eles pedem e depois apertar na fiscalização da qualidade de cada professor, para não se pagar o mesmo aos bons e aos maus. Os maus devem ser expulsos da profissão. Repito, os professores têm razão, mas quinze dias de paralisação é uma irresponsabilidade quando existem muitas outras formas de luta eficazes.