Ilustre coordenador do jornal O PAÍS, obrigado pela oportunidade que me dá nesta edição de Sexta- feira! O vosso espaço, a Carta do Leitor, é lido por muitos cidadãos, por isso acho pertinente escrever sobre o comportamento do agente da Polícia Nacional que se insurgiu contra um portador de deficiência, não sei se foi em Luanda ou numa outra província deste rico e belo país, Angola, mas as imagens, chocantes, circulam nas redes sociais.
Na “curta metragem”, pode-se ver o cidadão, portador de deficiência, atirando areia na farda do agente da Polícia Nacional, isto é um facto. Mas, penso que o agente devia manter a calma, até porque não se ouve o diálogo, e, pela sua deficiência estava em desvantagem.
Foi feio, muito feio mesmo, ver um agente da Polícia Nacional agarrar-se com o cidadão portador de deficiência. Às tantas, o próprio agente não conseguia desfazer-se do cidadão, tanto mais é que foi necessária a intervenção de algumas mamãs zungueiras.
A imagem do agente da Polícia Nacional mancha, querendo ou não, a sua instituição, cuja função é manter a ordem e a tranquilidade públicas. A Polícia Nacional, apesar das funções que a caracterizam, deve ter também uma atitude pedagógica. Isto ajuda a regular as relações com os cidadãos em sociedade, embora reconheça que a venda ilegal cause muitos dissabores na via pública, mas toda a calma é possível.
Não fica bem um agente da Polícia Nacional agredir um cidadão portador de dificiência, indefeso e que está à procura do seu pão, vendendo produtos simples. Combater a venda ilegal é um processo que envolve várias instituições, logo é importante primar pelo minímo ético na via pública todos os dias.
POR: Carlos Ximbombo, Malanje