Caro coordenador do jornal OPAÍS, saudações! Escrevo a partir do bairro Belo Monte, concretamente, no município de Cacuaco, na província de Luanda. Verdadeiramente, tenho enfrentado demasiados obstáculos para acompanhar o vosso trabalho. Estando na condição de desempregado é uma dor tremenda. Mas não irei destilar aqui as minhas preocupações, visto que nada vai mudar. Vou falar sobre política.
Atenção: penso fora da caixa, sendo que digo apenas o que me vem à alma. Não sou deste ou daquele partido. Nem gosto de política. Mas não há mesmo dúvidas de que ser verdadeiro é uma virtude. Em política? Maior ainda…Mais 80% dos nossos políticos não dispõem desta qualidade, facto que só me leva dizer que boa parte quer apenas perpetuar-se no poder para benefício próprio. Então, para onde vamos? É lamentável.
Mas não é disto que irei falar nesta carta. Espero que não venha a ser censurado dado que em nenhum momento apontei o dedo aos políticos deste país. Vamos ao que interessa. Li, na última Quinta-feira, num jornal privado que a capital do país vai contar, nos próximos quatro anos, com 600 novas unidades sanitárias, pelo que serão admitidos mais de cem profissionais.
Boa iniciativa! Muito satisfeito. Mais uma vez o elenco do Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço, a cumprir uma das promessas feitas durante a campanha eleitoral do ano passado. Mas há aqui um aspecto a assinalar. Não basta aumentar o número de profissionais. Por- quê? Não precisamos de dar voltas à cabeça. É muito simples. Estes, por sua vez, de- vem dispor de condições de trabalho. Isso é fundamental. Os nossos hospitais públicos devem inspirar confiança. Temos de mudar o quadro o mais rapidamente possível. Obrigado!
POR: Sílvio Matos
Luanda, Cacuaco