Estimado director e magníficos fazedores do Diário da Nova Angola “OPAÍS”, saudações renovadas. Hoje, regresso com mais uma carta do leitor nesta terra que conhece fases cruciais da sua vida. Actualmente, é a crise económica internacional que toma conta de nós com momentos terríveis que obrigam o Governo a procurar fazer o seu melhor para minorar o sofrimento das populações.
POR: Ana Maria Bizerra Machado
Mas os esforços do Executivo têm sido aproveitados por uma cambada de oportunistas, especuladores e exploradores para fazerem nas barbas e sob o olhar de quem devia agir, neste caso a Polícia Económica, a Fiscalização, o Inadec e a Inspeção do Ministério do Comércio, entre outros. Neste âmbito, uma das preocupações recai aos preços do dia-adia praticados no mercado formal e informal que com o câmbio flutuante piorou. Está uma autêntica desgraça. Os compradores estão aflitos e com os nervos à flor da pele, à beira de um AVC. Tudo porque os comerciantes não são justos e muito menos patriotas. Ora vejamos: numa loja, hoje, o preço de determinado produto é um e no dia seguinte já é outro. Falámos assim da alimentação, dos medicamentos, dos materiais de construção, materiais eléctricos, enfim, de tudo o que se vende e precisamos de comprar. Sai-se do 8 ao 80. Na quadra festiva do ano passado, muitas lojas aumentaram de forma descarada e desavergonhada os preços para facturarem à custa dos que nada ou quase nada têm em termos financeiros. Os que vivem do salário pobre e honesto. Foi, e é o caso de alguns keros, candados e trinta por uma linha. É o caso das lojas da Trading Constrói, onde ontem um inversor eléctrico custa 41 mil kwanzas e no dia seguinte são 49. Uma electrobomba 75 mil e em menos de 24 horas passa a custar 110 mil kwanzas. É uma loucura e confusão de preços que deixa atónito e revoltado quem quer que seja. Não me venham com falsos argumentos porque na verdade não há nada que justifique tal roubalheira. Alias, grande parte do que vendem foi importado há muito tempo. Ganhar sim, mas com honestidade e respeito por esse “povo sofredor deste o tempo colonial”. Vou à uma farmácia comprar colchichine de 1 mg, a carteira de 20 comprimidos custa 2.500 Kz. Vamos depois à uma outra farmácia, e às vezes sem qualidade, o mesmo produto custa 4000 Kz. Entretanto, o referido medicamento foi fabricado e importado do mesmo país e desalfandegado em Angola. Só visto… O Governo deve pôr ordem no circo. Não é só emitir comunicados cujo cumprimento está longe de ser observado. Isto faz-me lembrar os comunicados da Polícia sobre as multas que havia de aplicar aos que urinassem na via pública em Luanda. Até hoje, todos mixam sem serem multados. Vamos então corrigir o que está mal…