Caro coordenador do jornal O PAÍS, desjo-lhe uma óptima Terça-feira! Aproveito o vosso espaço, a Carta do Leitor, por ser um dos mais lidos no vosso título, para falar um pouco da forma como se entrou num dos cemitérios da província de Benguela para se desenterrar um cadáver do sexo feminino e o deixar abandonado e depois as fotos, chocantes, correrem nas redes sociais como se fosse algo normal à luz da ética, da moral e da lei.
O acto praticado, por sujeitos desconhecidos, envergonha a sociedade, bem como as instituições angolanas, visto que os cemitérios são ‘campos santos’, aliás a pessoa em causa, já falecida, merece descansar em paz. O que se viu em Benguela chocou a sociedade, porém mostra a fragilidade das nossas instituições, porque volta e meia fala-se da desordem que ocorre nos funerais em Luanda e um pouco por todo o país. Os cidadãos, que normalmente vão aos funerais, não têm noção de que os cemitérios são locais de respeito, sendo certo que é a última morada e deve ser, sim, respeitado como mandam as regras da vida em sociedade.
Por isso, é ponto assente que a ética e a moral não têm, neste momento, capacidade para afectar a psique de supostos infractores, visto que as famílias e o sistema de educação vigente em Angola estão, cada vez mais, piores do que escalar o Morro do Moco. portanto, é importante que medidas penais sejam accionadas, no sentido de se repor a ordem nos campos santos, assim como noutros bens públicos existentes no ordenamento jurídico angolano. A arruaça que se observa nos cemitérios envergonha e coloca a nú todos os problemas sociais existentes em Angola com agravo, porém, mais respeito aos campos santos, está demais!
POR: Rui Kupemba, Bengo