Caro coordenador do jornal O PAÍS, saudações e votos de óptima terça-feira! A actual situação económica e financeira continua apertada em Luanda e nas outras províncias do país. Por conta disto, a banheira de pão e uma lata de manteiga observa-se actualmente na cabeça da mamã ziungueira no centro da cidade e na periferia de Luanda.
À medida que a mamã zingueira vai circulando, ela ouve sempre um cidadão ou cidadã, seguranças, agentes da Polícia Nacional e estudantes a chamarem- na para vender uma metade de pão com manteiga ao preço de 250 a 300 kwanzas.
Confesso que o pão com manteiga, à venda, era visível naquele período mais crítico da guerra no nosso país, momento em que as coisas estavam “duras”, nos idos anos 90 do século passado.
Depois da assinatiura dos acordos de paz, em 2004, esses negócios desapareceram, sendo certo que a população tinha um menu matinal melhor que somente o actual pão com manteiga.
Actualmente, uma magoga, a sandes do povo e que muito cuia, custa 1000 a 1500 kwanzas, aquela bem abonada mesmo, logo quem tem 1000 kwanzas e pretende apanhar táxi ou tirar cópia de um documento para entregar numa repartição pública ou privada, opta pelo pão com manteiga, bebe uma água de 100 kwanzas e sobra com trocos para o autocarro que também subiu para 150 kwanzas a viagem.
Até aqui, posso inferir que a situação económica e financeira mantém-se apertada, por isso a esperança de haver melhorias continua tal como cantou o músico do Kwanza-Sul, Dom Kikas, “moribunda”, regressamos à venda do pão com manteiga para matar o bicho?