Ilustre coordenador do jornal O PAÍS, votos de óptima Sexta-feira, a última do mês de Fevereiro! Confesso que cheguei a Luanda por conta da guerra civil que assolou durante mais de 20 anos este nosso e belo país. Assim, o destino, com os meus país, nos idos anos de 90 do século XX, impeliu-nos para o município de Viana, mais concretamente nas imediações da Bomba dos Mutilados.
Para ajudar a minha mãe, sempre que saísse da escola, ia para o já extinto mercado da Estalagem vender fardos, visto que na altura as coisas eram difíceis. Ainda assim, consegui terminar o ensino médio e depois entrar na universidade pública, onde ter- minei o curso de Psicologia, o qual exerço até hoje numa repartição pública.
Nesse período, sei que depois o mercado da Estalagem foi impedido de continuar pelas autoridades, mas as razões não foram bem explicítas. Por conta disto, a vida continuou e sempre esperei que naquele espaço pudesse “nascer” alguma coisa para beneficiar os moradores da zona e também de Viana em geral.
Até ao momento, sempre que passo por aquela zona apenas as saudades do tempo duro da minha adolescência, ir à escola e depois vender para sobreviver. No espaço do antigo mercado há somente lixo e outras coisas que não fazem bem à saúde humana. O que me preocupa é o silêncio das autoridades. Qual é a razão? Expliquem..
POR: Rita Walombo, Viana