À coordenação do jornal o PÁIS, votos de óptima semana, justamente na semana em que se comemora o Dia internacional da Mulher… Aproveito o vosso espaço para alertar a polícia nacional e outros órgãos de defesa e segurança sobre a forma como estão a usar a palavra gatuno na periferia de Luanda.
o nível de rebeldia em alguns bairros é tão alto que quando se ouve o termo, sem se investigar ou aferir, a pessoa em causa, muitas vezes inocente, começa logo a ser agredida. nestes casos, sempre que a polícia nacional chega ao terreno encontra sempre a vítima sem vida e, como é evidente, não se consegue devolver a vida. os familiares clamam por justiça, choram e gritam, mas não se faz justiça, porque muitas vezes ninguém é detido para responder em tribunal.
nos últimos dias, um jovem, músico, no Cazenga, por ir cobrar uma dívida a uma amiga, segundo relatos das redes sociais, sofreu forte agressão de pessoas estranhas por ter sido, falsamente, acusado de gatuno na via pública. e quando se apurou, o jovem era, até, pastor de uma igreja e trabalhava como agente de vendas de fichas de apostas de jogo de futebol.
A família clama por justiça, mas se sabe que a vida da vítima jamais será devolvida e muitos talvez estejam a circular por Luanda como se nada tivessem feito. A justiça por mãos próprias é proibida por lei, logo não se admite que as autoridades deixem que cidadãos, em grupo, tomem a decisão de matar alguém que é falsamente acusado gatuno.
Ainda que alguém roube, nos termos da lei, deve ser neutralizado e levado a uma esquadra policial mais próxima para, posteiormente, ser ouvido e, quiça, ser levado às barras do tribunal. A justiça é feita somente nos tribunais, porém num outro sítio não é justiça, logo é punível nos termos da lei penal vigente em Angola.
POR: Dinis Lubieco,kikolo