Caríssimo director do jornal O PAÍS, quando faltam três dias para cair o pano sobre o ano 2017, desejo-lhe votos de boas saídas e boas entradas. Aproveito o espaço que me concede para levantar um assunto que continua na berlinda nos últimos dias em Luanda. O mesmo tem a ver com a forma como os jornalistas têm sido tratados na Assembleia Nacional (AN) nos últimos dias.
POR: Jesus Coelho, Huambo
No exercício da sua profissão de informar, os profissionais têm sido abandalhados pelos funcionários da Casa da Leis. Por ser um facto, gostaria que a AN se retractasse publicamente perante os erros que cometeu perante os jornalistas. Fazer isso, ajudaria somente a reforçar a posição da Casa das Leis no mosaico político angolano, uma vez que é la´ onde está representado o povo. Assim, agir com lisura e transparência torna os homens mais fortes, aliás são muitas vezes imperfeitos nas suas acções.
Pela posição que ocupa na sociedade angolana a AN não pode passar ao largo do pedido de desculpas aos jornalistas e corrigir a sua posição nas próximas sessões. Contudo, é ponto assente que sem os jornalistas e sem as discussões, no bom sentido, na AN não se vislumbra o que se quer para o povo. Estamos a entrar para o novo ano e para uma nova era, seria bom que os fantasmas do passado ficassem mesmo para trás.
A AN até pode alegar razões de segurança, concorde-se, mas isso não pode servir de mote para maltratar os jornalistas, até porque a Casa das Leis tem regras bem definidas. De outro lado, é preciso reconhcer que a posição do Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA) em boicotar as sessões vindouras tem razão de ser e serve como medida de pressão para apelar à consciência de alguns arrogantes que lá trabalham. Como cidadão, insisto, gostaria que a AN se retractasse publicamente.