Director do jornal O PAÍS,
obrigado pela oportunidade que me concede. Sou morador do Panguila, até já não sei se é Luanda ou Bengo.
Por: Jesus A. Gingamba
O meu bairro, é uma certeza, está votado ao abandono, no entanto não sei se a administração funciona mesmo.
A água corrente e a luz eléctrica são uma realidade, mas outros serviços continuam a ser uma miragem.
As ruas dos outros sectores não estão asfaltadas e quando chove é uma maka grande. O terreno é argiloso. Assim, suja os sapatos, os carros mais baixos não circulam. Sou muitas vezes obrigado a andar de motorizada para a ir ao Multicaixa, porque os bancos estão muito distantes. A criminalidade, aos poucos, vai tomando conta do meu bairro.
A presença dos agentes da Polícia Nacional tem sido a conta-gotas. Quando cai a noite, sou obrigado a circular pouco para não me cruzar com os donos da noite. Eles pedem tudo o que estiver bolso. Se não for artigo de valor, corre-se o risco de apanhar porrada. É uma realidade, aliás, o dispositivo policial na área é inversamente proporcional ao número de habitantes e de casos que a esquadra regista diariamente. Por este facto, gostaria que o governador da província de Luanda ou do Bengo visitassem o Panguila.
Vivemos em condições dificeis, porque estamos expostos ao risco todos os dias, sobretudo aqueles que se levantam mais cedo para ir ao serviço. A escuridão na via também me preocupa. Contudo, é uma zona onde circulam muitos camiões, as vezes até desrespeitam as regras de trânsito.
Peço às autoridades competentes para iluminarem a via, pois é importante proteger-se a integridade física dos automobilistas. Pedir mais serviços públicos ao Panguila não é exigir muito, porque é tarefa de quem governa proporcionar boas condições aos governados.