Ilustre coordenador do jornal O PAÍS, saudações e votos de óptima Quarta-feira… Nesta período de férias, optei por visitar bibliotecas para pôr a minha leitura em dia, visto que é importante superarmo-nos todos os dias. Mas, o que me inquieta é que sou morador do Zango IV e percorro, todos os dias, em condições difíceis, mais de 40 quilómetros, para chegar ao centro da cidade de Luanda, capital deste rico e belo país, Angola, para chegar a uma biblioteca. Isto tem me aborrecido, porque, até agora, não sei de quem é a responsabilidade, as pessoas vieram morar ao Zango, mas sem os serviços básicos.
Não há bibliotecas no Zango. Os espaços são somente para bares e outros serviços. Penso que o Governo Provincial de Luanda, dirigido por Manuel Homem, tem a obrigação de identificar um espaço, no Zango, que dê para a construção de uma biblioteca e outros serviços públicos inerentes às actividades culturais e recreativas, pois, isto não vai custar milhões dos milhões aos cofres do governo, pelo contrário será benéfico rumo ao crescimento intelectual dos jovens naquela zona de Luanda.
Uma outra questão prende-se com a carência dos livros, fico com a sensação de que não há uma política pública que visa a redução dos preços. Das poucas livrarias existentes no centro da cidade de Luanda, poucos leitores as visitam, porque o preço dos livros coloca o leitor em dúvida, isto é, se compra a obra ou poupa o valor para satisfazer as suas despesas correntes. Hoje por hoje, há livros que custam 80 mil kwanzas e há cidadãos, funcionários públicos, cujo salário é de 30 ou 45 mil kwanzas e tem filhos na universidade pública ou privada.
Devo lamentar que o Estado não esteja preocupado com o desenvolvimento intelectual dos seus filhos, por mais que se diga que sim, na prática, não é verdade e isto continua a emperrar o país, porque o que se faz hoje na escola não convence. Portanto, há mais quantidade do qualidade!
POR: Carlitos Tandu, Zango II