Bom ano, caros compatriotas do jornal OPAÍs! Escrevo sobre este assunto que, para muitos, ainda é um bicho-de-sete- cabeças, por conta de ter registado, nos últimos dias, algumas pessoas a defenderem a necessidade de termos, no nosso país, a pena de morte.
A defesa dessas pessoas, da necessidade de termos esta pena, surge por conta de um vídeo que foi posto a circular nas redes sociais, onde aparece uma senhora a espancar brutalmente uma criança, penso que na casa de banho.
A princípio, algumas pessoas acreditavam que o facto tenha acontecido no nosso país, outras em moçambique, mas depois ficamos a saber que aconteceu na Zâmbia. A senhora, de 35 anos, foi condenada a 40 anos de prisão, por ter ficado provada a sua agressão contra a menor de 4 anos. As mulheres angolanas ficaram revoltadas e muitas defendiam a pena de morte. 40 anos de prisão é pouco, para muitos, pela tamanha crueldade que a senhora fez.
É assim que me coloquei a pensar: e devemos mesmo ter pena de morte? O questionamento também é oportuno, uma vez que, recentemente, a República Democrática do Congo, aqui bem perto de Angola, foi notícia de que 170 pessoas, que tinham sido condenadas à pena de morte, serão executadas.
A pergunta é: estas 170 pessoas não apresentaram sinais de mudança ou de que podem mudar? Às vezes, queremos julgar e condenar as pessoas sem saber se, lá no fundo, há realmente um ser disposto a mudar. Não podemos pensar que um determinado indivíduo merece a morte ou que nós merecemos viver.
Quem determina quem vive e morre é Deus. Existem outras formas rígidas de repreender ou condenar os nossos irmãos, que não seja a morte. Por exemplo, eu tenho defendido o aumento da pena de violação em Angola, principalmente quando a vítima é menor de idade.
Mas ainda, tenho defendido uma pena que colocaria os violadores a pensar duas vezes antes de violarem: a de castração química. Isto é, o cidadão não ser condenado à morte, mas vai ver o seu principal instrumento sexual inactivo definitivamente. é claro que isto vai “matá-lo” psicologicamente, mas ali poderemos ter um cidadão que venha a se transformar num activista social contra a violação sexual, uma vez que isso pode levá-lo a reflectir profundamente.
Devíamos ter pena de morte? Não. Devemos é aumentar as penas para certos crimes. Eu já ouvi, só não lembro qual o país, que há aqueles que são condenados a 100, 200 e até mesmo 600 anos de prisão.
Praticamente, sabemos que nenhum ser humano chega a 200 anos de vida, o que quer dizer que este condenado vai, literalmente, “apodrecer” na cadeia, mas, pelo menos não foi condenado exactamente à morte. Então, um violador de menores devia ser, no mínimo, condenado a 60 anos de prisão. mas, no nosso país, nem chega a 15 anos, infelizmente.
POR:Paulo kilomesso, Cacuaco