Estimado director, Segui com atenção a polémica sobre o leite contaminado em França, a forma como as autoridades reagiram e como o produto foi imediatamente retirado do mercado. Também tenho prestado atenção às notícias sobre as infecções pela bactéria legionela em Portugal, que se tem dado nos hospitais. E vejo como as autoridades reagem.
POR: José Bettencourt
Biólogo
Como os deputados debatem o assunto. E fico a pensar em nós, angolanos. Desgraçadamente, andamos a comer coisas que não sabemos de onde vêm, não podemos confiar que haja escrúpulos nos empresários importadores, nem nos exportadores dos países de origem.
Ainda temos as condições de armazenamento e a fiscalização ou análises que se sabe serem de bradar aos céus. Por outro lado, nos nossos hospitais, entrar neles é o mesmo que assumir um suicídio, em algumas partes do país nem água têm para a limpeza. Sem energia eléctrica, sem água corrente e tratada, sem detergentes e desinfectantes em abundância,
os nossos hospitais são fábricas de bactérias e de doenças que só não levam mais gente e só não nos levam os médicos e enfermeiros todos porque se calhar Deis é mesmo angolano e até tem um BI. Ele gosta muito de nós. E espero que continue a gostar, que não se farte, porque este país não me cheira a que vá melhorar depressa. Aliás, os nossos políticos e dirigentes não demonstram sequer que este tipo de assunto tenha alguma importância para eles.