Director do O PAÍS, muito obrigado pela oportunidade que me dá nesta edição diária. Escrevo a partir da cidade do Porto Amboim, província do Cuanza Sul, local em que o vosso título passa de carro directamente para a cidade de Benguela. Às vezes, para comprar, sou obrigado a solicitar alguém que esteja a sair de lá para a província de Luanda. Parece brincadeira.
POR: Ana Manuel
Mas, o que me leva a escrever neste espaço é a poeira e a falta de saneamento básico na minha cidade. Às vezes, ponho o conflito armado que assolou Angola no esquecimento, fico com a sensação de que os governadores e administradores que por cá passaram não tiveram pena do povo. Não se admite. A cidade é tão pequena, mas continua a ser tomada pela poeira e outros agentes poluentes. Desde 2002 que o país está em paz, logo não se vislumbram melhorias. Quem for hoje ao Porto Amboim pode ver isso. É muita sujeira. Não se consegue andar a pé. Quando chove então é uma luta. Lama por tudo quanto é canto. Os representantes do Governo naquela província deviam ter vergonha e respeitar mais o povo, porque não é necessário ser extra-terrestre para se administrar o Porto Amboim. Assim, como vão justificar tais falhas de gestão pública. É demais, aliás o Porto Amboim está no corredor Luanda Benguela, e está no litoral. Pela forma como é pequena, devia ser mais organizada em todos os aspectos. As praias metem nojo. Em tudo quanto é canto tem betão, porquê? A arrogância dos dirigentes do tempo da “outra senhora” estragou o meu e nosso país. O Porto Amboim, incluindo o Sumbe, não atraem turistas nacionais e estrangeiros, por isso os dados da representação provincial ali são um fiasco. A nova gestão do governador Eusébio de Brito ainda não me convenceu. Podem pensar que sou muito radical, vamos ainda contar quantos governadores passaram pela província do Cuanza Sul. Era uma vergonha realizar o Festisumbe naquelas paragens. Mudem de atitude