O início de cada ano lectivo suscita vários questionamentos sobre o ano transato e cria, ao mesmo tempo, várias expectativas para o novo ano lectivo. Assim sendo, para ano lectivo 2023/2024, há muitas expectativas.
Olhando para a cartografia dos expectantes, é possível mapear os gestores escolares, professores, pessoal não docente, alunos e encarregados de educação. São esses elementos (e não só) que darão ‘nó’ ao ensino e aprendizagem dos subsistemas controlados pelo Ministério da Educação.
Dos vários assuntos abordados no arranque do ano lectivo 2023/2024, destacam-se as faltas de condições laborais, estruturais e material escolar.
Diante destas abordagens, há uma pergunta que não se quer calar: não havendo condições laborais, estruturais e falta de material escolar, já se pode falar sobre humanização nas escolas?
A reflexão faz jus ao serviço humanizado que tanto se quer no nosso país e, sobretudo, nas escolas.
Pois, não podemos falar em qualidade de ensino se não haver humanização nas escolas.
Do contrário, teremos e veremos quase sempre em todos os anos alunos a estudarem debaixo de uma árvore, institutos médios sem computadores nem laboratórios, encarregados de educação impotentes para proverem o mínimo para os seus educandos e, por fim, pouca qualidade na educação.
Por exemplo, se um professor não consegue ter casa própria, alimentação que dure 30 dias, lazer com dignidade e outros elementos das necessidades básicas do professor que concorrem para prestar serviço com brio e de qualidade, poderá cumprir com os ditames da humanização na escola?
Contudo, vê-se, muitas vezes, gestores escolares que não se importam com os seus professores (na pele de patrão ou colega, mas com a função de gestor) e professores transferem para as salas, se entendermos que o comportamento do funcionário depende em grande medida do chefe, criando falta de atenção e incompreensão das necessidades dos alunos ou ainda penalizar os alunos por conta da ausência de algum material escolar; e os alunos adoptam os mesmo modelo na convivência com os demais colegas de sala ou de escola.
A humanização nas escolas tornaria o processo de ensino-aprendizagem mais atractivo, onde o amor ao próximo seria o intermediário do sucesso escolar.
Por outro lado, permitiria aos gestores escolares, professores, pessoal não docente, alunos e pais e encarregados de educação colocarse no lugar do outro antes de tomar qualquer decisão contra outrem.
Por: ANTÓNIO KUTEMA