Estamos no ano em que se assinala o quinquagésimo aniversário do movimento reivindicativo juvenil de Maio, o Maio de 1968. As distâncias são abismais, claro, mas o espírito irreverente da juventude continua o mesmo e em todo o mundo.
Por: José Kaliengue
Em Angola, depois de há dois anos ter surgido a moda das “selfies com o meu lixo”, estamos agora a viver a onda do “acaba de me matar”. Trata- se de uma forma pacífica de reivindicação, de protesto, um grito do inconformismo da juventude.
E, reconheçamos, tem também criatividade. Já vi jovens fotografados com blocos de cimento sobre o peito, outros no rosto, outros com a cabeça mergulhada num charco, etc.. Não, não são doidos, são os jovens a expressar, nos tempo de de hoje e com os meios de hoje, aquilo que é o que lhes vai na alma.
É preciso ouvi-los. Claro que já surgiram pessoas a apelidá-los de liambeiros, alienados, etc., gente que prefere um protesto mais “urbano”, com cartazes que chamem a atenção das televisões e do parlamento português, e até de uma certa eurodeputada europeia, porque, para alguns, certos protestos servem, outros não. Só que o “acaba de me matar” é mesmo do povo que sabe bem o que quer dizer, porque o sente.