Havia na região montanhosa do Quissueia um homem de idade, estava entre os 70 a 80 anos, baixinho como os batuques do Mukanda, cego desde o nascimento, sem mulher e nem filhos, era conhecido pela sabedoria que ostentava e anedotas engraçadas.
Em toda sua vida, nunca saiu daquela região e então, nunca viu sequer um dia claro, tampouco noites iluminadas.
Era uma região muito pobre, onde as autoridades tinham tudo e a população nada tinha, a população, farta da situação, organizou uma revolta às autoridades.
Certo dia, numa manhã escura, com a revolta da população, sentado em sua casa, ouviu passos de pessoas em sua porta, “podem entrar”, dizia ele.
Eram as AUTORIDADES TRADICIONAIS daquela região, foram ter com o velho sábio e cego por causa do que sucedeu na região com a revolta da população, e explicaram o que queriam e precisavam.
Após ouvi-los, o velho sábio cego disse-lhes: “Tudo bem, ouvi-vos muito bem”, mas há uma condição, se eu ajudar-vos, terão que fazer algumas coisas por mim e pra mim, aceitam? Sim! Em coro responderam as autoridades.
Então o velho sábio cego começou o seu discurso dizendo: Vosso maior problema é não ouvir a reclamação da população, eu já vi e ouvi muita coisa que vós nunca ouvistes, por isso deu que deu, mas prontos!
Eu vou começar a falar das minhas necessidades, ou seja, o que quero que façam, depois de cumprirem, ajudar-vos-ei.
Pois bem, sabendo que sou alguém que facilmente tem cede de água, preciso que coloquem água, não só em minha casa, porém em todas casas, assim, se eu estiver na rua e com cede, posso pedir em qualquer casa, me darão.
Também, como ando muito durante a noite, ponham energia em todas casas e rua, pois a população precisa ver o sábio a passar.
Continuou… eu, facilmente adoeço, construam um posto Médico pra tratar da minha saúde e pra me ajudar com dinheiro e alimento, dêem trabalhos aos jovens.
O velho sábio cego sugeriu várias coisas. As autoridades cumpriram rudo quanto o sábio sugeriu, vendo isso, a população alegrou-se com as AUTORIDADES TRADICIONAIS e passou a obedecer-lhes por satisfazer as suas necessidades.
Por: Reis derradeiro