Chamamos pós-modernismo ou pósmoderno a toda a realidade que teve lugar desde o fim do Império Romano (Otomano) no Oriente – 1453 até o avolumar da revolução francesa – 1798, cujos efeitos têm permanência ou influência até aos dias de hoje.
O modernismo é caracterizado pelo desenvolvimento das artes, o avolumar dos conhecimentos científicos e da tecnologia, bem como o afastamento da religião nos assuntos práticos e ocasionais da sociedade, sendo enaltecido o iluminismo e o humanismo, que apontam o homem como a “medida certa de todas as coisas” [frase de Protágoras] e a sua consciência, como a única bússola que deva ser seguida.
Estas iniciativas deram fundamentos a vários pensamentos, como a de que “ninguém deve ditar as regras de vida de ninguém”, a visão de que “o que pode vir a ser certo para um, pode não vir a ser para outra pessoa,” a ênfase na busca do prazer e a fascinação ou como diriam os Henodistas. Não podemos negar que é fácil somar as grandiosas vantagens que a pós-modernidade trouxe para o nosso pequeno mundo.
Contudo, cego seríamos se, em um olhar olístico do assunto, não fôssemos igualmente capazes de fomentar por análise imediata os outros montes de prejuízos advindos destes novos padrões de existência.
Dentre as prejorativações que têm tido lugar neste fenômeno, nada equivale (em minha análise), ao doentío estado de “CRISE DE CONCEITOS” que este episódio ocasionou. As Crises de Conceitos A visão de Crise de Conceitos faz referência a uma antiga ideia já defendida há tempos por Zygmunt Bauman (sociólogo), que representa a sociedade pós-moderna como uma sociedade líquida.
Em sua visão, Bauman defende que a modernidade , para-além de ser imediata, é “leve”, “líquida”, “fluida” e infinitamente mais dinâmica que a modernidade “sólida” que suplantou.
Neste sentido, Brauman está falando de uma sociedade que parece estar líquida a toma a realidade.
Para ele, as pessoas estão agora muito propensa a mudança (vez pós vez) e a ofender-se igualmente por tudo o que ocorre.
Dito de outro modo, Bauman pensava que está sociedade não tem conceitos próprios ou filosofias determinantes que a normalizam (ou padronizam), sendo capaz de apenas refletir toda e qualquer manifestação activamente.
A mesma visão é defendida pelo filósofo brasileiro Luiz Filipe Pondé, que pauta a nossa geração como a “GERAÇÃO MIMI-MI.”
Nestes moldes, Pondé se refere à tendência predominante, em que as pessoas se sentem ofendidas por quase todas as coisas que acontem a sua volta.
Está medida faz com que até mesmo o conceito de bem e mau, certo e errado acabam sendo probante. Refiro-me em casos em que se formos pessoas generosas e justas, nossas sociedades nos pintarão como tolos e ingénuos, ou talvez como agentes do mal que pretendem disfarçar sua maldade em actos de justiça.
Estes actos seriam comentados em todas as esquinas como acções maquiavélicas e exemplo de algo que deva ser repudiado.
É paradoxal, porque se, por outro lado ,tomarmos partido a agressão, formos violentos e sem afeição, a mesma sociedade vira a capa, e com a mesma energia se sente sensível a julgar como penosa cada uma de nossas acções.
É muito importante frisar que está crise de conceito tornou-se pluri-versal, tendo saído das práticas sociais, acabou entrando em esferas tanto da política como das ciências.
Digo isto porque se, por um lado, a Biologia defendia humem e mulher pela possessão do gênero presente, hoje a sociologia e a psicologgia vão dizer que na verdade são os comportamentos e impulsos internos do indivíduo, que irão padronizar quem de facto deva ser considero um homem ou uma mulher.
Se, por outro lado, antes era fácil considerar que a DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS defende que todas as pessoas têm direito a vida, hoje é a própria ONU que define que a prática do aborto pode ser uma medida justa e benéfica sobre determinadas situações.
Se antes era a disciplina e a punição, algo que os pedagógos acreditavam que não devia nunca estar separada dos processos de ensino e aprendizagem, hoje os psiquiatras e psicólogos vão dizer que tais práticas são condenáveis e propensas a impôr traumas nos educandos.
Se fazermos uma análise bem mais profunda destes acontecimentos, entenderemos que o que está na verdade na base deste, seria o princípio moderno que sustenta a ideia de que qualquer verdade pode ser relativa, dependendo assim do contexto em que se emprega.
Deste modo, elimina-se a possibilidade de que passam surgir verdades categóricas ou universais. Isto seria o mesmo que dizer que não existem mais ladrões ou criminosos, visto que estes conceitos, na visão da modernidade, poderiam variar se contextadas com as outras realidades. Tendo apresentado todas estas reflexões, é importante dizer que o quadro de crescimento desta ideologia cresce em passos largos.
Acredito que o mundo inteiro estará exposto em um cenário de desconceitualização das coisas sem limites e sem precedentes.
Embora haja espaços para as mudanças e transformações, não podemos negar que uma sociedade despadronizada e libertina é uma sociedade desordeira e vandalista.
Não seria isso resultado da prática da banalização da fé e da religiosidade propensa da actual vivência na modernidade?
Pelo visto, caminhamos em velocidade de relâmpago para um mundo plural, onde as únicas coisas globais que poderíamos dá-lo com uma afirmação categóricas seriam os nossos próprios nomes.
E, portanto, considero que se existe uma verdade igualmente global já ilustrada aos homens pela história da revolução francesa, é que a “ausência de leis, padrões ou mesmo religão, não é, e nunca será, a garantia de uma total Liberdade ou Felicidade.
Por: SAMPAIO HERCULANO