Aqui os dias estão cada vez mais quente, a noite fica sórdido sempre que as crianças reclamam do líquido que o estado se encontra. O pão transforma-se em pedra, a água em granizo e o petróleo que, no fundo do poço sobressai e faz-se lucro transparente no fim do dia.
Não é à toa que o Cunene jorra. Fala-se hoje? Claro que não_ respondeu a criança que tinha no seu sono um subsolo e não conseguia identificar em que estado as águas jorravam a noite toda.
A Pátria conhece todos os seus filhos, como conhece a origem dos porquês questionados nos momentos de inglória. Quer como não, torna-se um sacrifício inequívoco de ver, muitas vezes, a sutileza a rastejar todas as manhãs quando a ira encontra a conta, mas a conta acaba entalada no bolso de quem desconhece o que é passar à noite fora da conta.
Com o reluzente na boca, lábios encadeados, pernas entre os quadris agasalhados, procura sonhar pelo menos com uma fatia de bolo na boca. Essas que se transformam bocejo quando se cai na realidade.
Todos os dias contamos os dedos, contamos cada gota que jorra na bacia da quitandeira quando o semblante decai às manhãs invergadas de desespero, que, ao passar no beco do estômago, por fora as lágrimas caem e a vida sufoca.
Ouvimos os ecos do apagão no despertar das noites, entoámos o hino_ó, pátria, AVANTE! Ouço a voz que me chama, testemunho os meus aposentos sempre que me encontro na posição de cama, estendido entre planícies de terras amaldiçoadas.
Palpo-me de pó, de vestígios até que a ave se faz Maria e toma conta de mim. Na madrugada a lu’anda gira em volta de mim, em cada segundo, volto-me ao passado que se encontra por trás de mim.
Nada menos que a independência no cariz de uma noite onde o diz curso passava suave mente bem no fundo da minha porta. Esta porta que se tomou acento dos filhos da pátria, o mais grave, por inconveniência são as crianças que tomam às manhãs o ritmo orquestral duma promessa que brota em falácia e a véspera volta.
Fico-me patente nos meus ombros, cada vez mais encenado com as maravilhas das 7 obras que a pátria traz, como submete há muito tempo, o algoz da alvorada com o lenço branco nos ares, dizemos: “CHEGOU A NOSSA HORA DE BRILHAR”.
Vimos mistério na foz do dia, com a beira seca a escorrer nos nossos rostos abarrotados de calemas, contamos, contamos vazio no meio dos pés, do pranto, do avanço que se fez estático na visão de quem vê a margem, que muitas vezes nadar enfraquece o dorso ao pôr no meio do mar prestigioso e nada vale a pena!
Por: N’DOM CALUMBOMBO