A mensagem cantada em perdido nas drogas de 12 furos

12 Furos é um cantor e fazedor do estilo musical RAP-CIA, membro de um grupo chamado Seketxê. Ele, 12 Furos, conhecido também como Kokaína Preta, é um dos membros mais renomado e destacado do seu grupo, isso devido a forma como o mesmo aborda certos assuntos relativos a sociedade e a juventude.

Recentemente, em sua recente obra musical, trouxe faixas musicais com diversas mensagens, e uma das faixas é a denominada “PERDIDO NAS DROGAS”.

O texto que ele trouxe nessa faixa expressa um profundo sofrimento, uma luta interna intensa com sentimentos de solidão, desesperança e uma busca constante por uma saída, ainda que, por vezes, pareça que essa saída seja através de escolhas destrutivas, como as drogas.

Ele revela um conflito entre a busca por reconhecimento e uma dor que só cresce por dentro, gerando uma desconexão entre o que ele mostra ao mundo e o que sente em sua alma.

A menção ao suicídio, ainda que metafórica, sugere uma sensação de cansaço extremo, de querer abandonar tudo, mas também de buscar um “renovo” – um grito por uma transformação que ainda não chega.

O contraste entre os “milhões de sorrisos falsos” e a dor profunda interna revela como muitas vezes a aparência e a busca por estatuto social podem ser vazias se não houver paz interior. Essa letra traz uma reflexão profunda sobre a luta interna de alguém que está enfrentando uma grande dor emocional e, possivelmente, uma batalha contra o vício, no caso, o álcool.

A pessoa expressa um profundo sentimento de solidão e de perda, como se estivesse se afastando das pessoas que ama — amigos, família e memórias — o que sugere uma sensação de desconexão com o mundo ao seu redor.

Esse distanciamento, além de ser emocional, parece ser físico, como se ela estivesse se afastando de tudo e todos, imersa em um estado de desespero.

A menção ao “fardo pesado nas costas” é uma metáfora que revela o peso emocional e psicológico que essa pessoa carrega, sobrecarregada por seus próprios sentimentos e pela situação em que se encontra.

A “armadilha” da qual se sente presa provavelmente se refere ao ciclo vicioso do álcool, que torna difícil escapar e encontrar uma saída, reforçando a sensação de prisão e impotência.

O álcool, que inicialmente pode ter sido uma tentativa de aliviar a dor, se transformou em uma fonte de sofrimento adicional, substituindo algo que era positivo — o amor e a presença de Deus — por uma dependência destrutiva.

O “vício” é descrito como algo que tomou conta da mente do indivíduo, perturbando seus pensamentos e alimentando o desejo suicida, uma tentativa extrema de encontrar alívio para a dor.

A pessoa está em busca de socorro, mas não sabe expressar o que sente, o que pode indicar uma sensação de impotência, como se as palavras não fossem suficientes para descrever o sofrimento interno.

A pergunta “Meu juízo, onde é que estavas?” aponta para um sentimento de desconexão com a própria mente, como se a pessoa estivesse em um estado de confusão mental e não conseguisse mais controlar seus próprios pensamentos.

Ao procurar culpados, há uma percepção de auto-acusação, mas também a compreensão de que a pessoa sabia onde estava e o que estava fazendo, talvez até se culpando por ter chegado a esse ponto de sofrimento.

A luta interna é ainda mais marcada pela contradição entre a busca por conforto no álcool e o reconhecimento de que o que ela realmente precisa é de amor, apoio e conexão com algo maior, como Deus.

Esse conflito é intensificado pelo sentimento de ódio em relação ao vício, uma representação do quanto o vício oprime e limita a liberdade emocional da pessoa.

A música sugere somos fantoches dos nossos próprios sentimentos, pois materializamos um mundo que achamos ser suficiente para nós, enquanto nos fechamos para o mundo real, por outro lado, a não aceitação dos nossos próprios erros nos faz culpar outros ao redor, e consequentemente nos afastarmos de Deus, familiares e amigos!

A dificuldade financeira, nos leva a fazer coisas por desespero e diz o trecho “ o preço da revolução se paga com sangue” que remete a ideia de que, não há vitória sem sacrifícios, ou seja, de uma maneira ou outra, sempre seremos afectados pelas nossas decisões, por isso não adianta falarmos que temos fé em Deus, se não demonstramos essa fé ao mundo por meio das nossas acções.

A música também fala da culpa, de não corresponder às expectativas daqueles que ama – especialmente seus pais – e do abismo emocional gerado pela tentativa de “fugir” da realidade com as drogas.

A busca por alívio imediato através de substâncias é, muitas vezes, uma tentativa de silenciar a dor, mas, como o próprio texto sugere, acaba apenas aprofundando o sofrimento. Refletindo sobre isso, é fundamental compreender que a dor que transparece nas palavras dele não é um sinal de fraqueza, mas de uma necessidade urgente de apoio.

Buscar ajuda, seja em conversas com amigos, terapeutas ou qualquer rede de apoio, é um passo necessário. A solidão pode ser esmagadora, mas há sempre um caminho de saída, e ele começa a ser trilhado ao reconhecer a dor e permitir que outros ajudem a carregála.

A cura não vem de mudanças externas, como fama ou dinheiro, mas da reconstrução de quem somos por dentro, a partir da aceitação da fragilidade e da coragem de buscar o apoio necessário.

A depressão não é frescura (Mateus Alfredo), e em sociedade angolana, há sempre casos do género, e esses jovens, pedem socorro sem palavras, e eles só procuram salvação por estarem perdidos nas drogas.

 

POR: Reis AdrianoSimão

Bem haja!

 

 

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