Todos os dias enfrentamos situações de ordem social, financeira, emocional e psicoafectivas, mas resistimos firmes e a cada dia que levantamos do nosso manto, batemos o pé e com um regozijo que vem dos recônditos das entranhas, gritamos para nós mesmos, de modos a afastar a fleuma que inocentemente nos ataca: “Hoje estou aqui de novo, meu Deus, faça de mim segundo as Tuas vontades”.
Pelo menos comigo é assim. Há problemas e situações que nos vêm bater a porta que a pessoa chega a pensar que Deus tem problema connosco. Já ouvi até que “Deus dá os seus grandes desafios aos seus melhores combatentes. Mas será que Deus sabe que não fui a tempo de fazer recruta? Mas o assunto ainda não são os meus problemas. Desculpem ainda o meu desabafo.
Mas espera: se são meus amigos, os meus problemas também são vossos. Até porque estamos em África e somos unidos. Mas agora sei porquê ainda nos aguentamos em pé. E vou dizervos já as razões.
No sábado e domingo, dias 20 e 21 do presente mês, aconteceu a 2ª edição do Show Ecuménico denominado Ecos do Metodismo patrocinado pela GGMF, Fundação Gianni Gaspar Martins, no Centro de Conferências de Belas.
Foram dois dias de muita festa. Vibramos, cantamos, louvamos que arrisco em dizer que se o país ainda está como está é porque as mulheres oram muito. Estiveram em palco vários grupos e de várias congregações religiosas que, imbuídas de um espírito angelical que transcende qualquer crença, infestaram com uma alegria descomunal a todos os que se permitiram estar presentes.
A forma como elas entoavam, o sorriso estampado na medida que cantavam cada estrofe deixava verter a vontade imensa de agradecer louvando também. Nós mesmo gostamos mais de pedir do que agradecer.
Nem vale a pena só dizerem que não é bem assim. Há muito homem que ainda está de pé e nem sabe de onde vem a força que lhe suporta. Essas mamãs da Metodista cantam e encantam com uma força inexplicável. O poder da oração não está na boca que fala, mas no coração de quem, contrito, manifesta aquilo que está no mais profundo da alma.
As letras das canções é que quase me acabavam com a vida de tanta admiração. “Jonas levanta e vai orar”, “Aqui na igreja não é para desafios. Humildade é na casa do Senhor”.
Os homens também não estão atrás no que se refere demonstrar a fé. Tivemos Papás e Irmãos. O que me deixou num misto de emoções foi o Papá Molongavi.
Aquele só queria “queixar” tudo a Deus. Queixou os homens que têm três mulheres, as irmãs que ganham um milhão e não dão dízimo, os pastores que usurpam o “erário religioso”, as irmãs fofoqueiras… Epah, aquilo foi de uma abrangência que só faltou mesmo queixar aqueles e aquelas que preferem satisfazer-se copularmente com pessoas do mesmo sexo.
Não gostei. E a mamã Henriqueta então? TUM TUM TUM TUM TUM TUM… Senti o espírito a fugir do corpo com arrepios. Depois do hino nacional, aquela canção é que me deixa em paz.
Confesso que não conhecia, mas as pessoas presentes vibraram quando o viram entrar em palco: Chris Brown Gospel do Bié, ou seja, Geraldo Sacó. “Aquele miúdo canta com alma”, diziam.
Houve quem lembrou todos os parentes que antes do seu tempo partiram para a eternidade. Foi de uma emoção inenarrável. O que dizer sobre o Coral Ecos do Metodismo, que fechou e abriu o espetáculo? A louvar assim ninguém nos aguenta.
E não é por ser católico, do Bom Deus, Baptista ou Tocoísta. Se Deus é por mim também será por ti, não importa em que religião. À GGMF, todos os agradecimentos pela coragem e esforço envolvidos para a realização desta actividade. Se fosse possível comprar terreno no céu, a realização deste evento já daria uns 100 hectares no paraíso para o patrono desta Fundação.
Por: EDY LOBO