Ontem vi na televisão uma reportagem que deixou-me boquiaberto. Entre o horror, a esperança e a dor. Num bunker, ou melhor, num refúgio improvisado, o mesmo já a ceder, várias famílias síria agarravam- se à vida, à esperança de continuarem vivas no momento seguinte.
POR: José Kaliengue
Naquelas circunstâncias dramáticas, os adultos mostravam-se aflitos, clamando por ajuda. Afinal, num cenário de guerra, ninguém pode observar com o momento seguinte como uma certeza. N o mesmo bunker, entretanto, dezenas de crianças brincavam, alegres, indiferentes ao perigo. Aí, no esconderijo, quase sem luz, elas cantavam e faziam uma uma brincadeira que transportou-me de imediato à minha infância. E também eu tive infância inocente, com adultos a poupar-nos da dor dos horrores. Também entregues a brincadeiras que não eram felicidade de fingir. Eram mesmo o nosso momento feliz. Os adultos sabem como se faz isso, as crianças sabem como se brinca. Os políticos bem que nos poderiam permitir que a meninice não fosse uma preocupação tão grande para os adultos.