A falta de rigor na prestação de contas das federações desportivas em Angola

Aprestação de contas nas federações desportivas é essencial para garantir a transparência e a responsabilidade no uso dos recursos públicos, especialmente quando recebem apoio do Estado.

O facto de muitas vezes essas federações assumirem de forma unilateral os riscos na aplicação dos recursos, sem a devida prestação de contas, configura uma violação do regime jurídico das associações desportivas, prejudicando a confiança no sistema e o bom uso do dinheiro público.

Além disso, a falta de fiscalização adequada por parte do Ministério da Juventude e Desportos compromete a eficiência e a eficácia dos projectos propostos pelas federações.

Uma supervisão mais rigorosa é necessária para garantir que os objectivos traçados sejam cumpridos, para que os investimentos feitos no desporto, muitas vezes com dinheiro público, gerem os resultados esperados em termos de desenvolvimento e sucesso no cenário internacional.

É fundamental que haja uma cultura de transparência, responsabilização e fiscalização, para que o desporto possa crescer de forma justa e sustentável em Angola. Por isso, a prestação de contas nas federações desportivas é um pilar essencial para garantir a boa gestão dos recursos financeiros, especialmente quando esses recursos provêm do Estado, ou seja, do bolso do contribuinte.

O apoio financeiro que o Governo de Angola oferece às federações desportivas tem como objectivo impulsionar o desenvolvimento do desporto no país, garantindo condições para que atletas, treinadores e as próprias entidades desportivas possam alcançar bons resultados em competições internacionais e promover o desporto.

No entanto, é preocupante observar que muitas federações não apresentam uma prestação de contas adequada, e que, frequentemente, a aplicação desses recursos se dá de forma unilateral, sem que haja o devido acompanhamento ou fiscalização.

Essas entidades assumem o risco da aplicação do dinheiro público, mas na prática, muitas vezes, não fornecem informações claras ou transparentes sobre como o dinheiro é gasto. Isso é um problema grave, pois gera uma série de consequências negativas.

Primeiramente, sem prestação de contas, não há como verificar se o dinheiro está a ser utilizado de forma eficiente e em conformidade com os objectivos estabelecidos.

O dinheiro pode ser desviado, ou até mesmo mal utilizado em áreas que não são prioritárias para o desenvolvimento do desporto. Esse tipo de comportamento não só é ilegal como também pode prejudicar a confiança da sociedade nas instituições desportivas.

A melhor forma de garantir que o dinheiro público seja bem aplicado é a implementação de um sistema robusto de fiscalização, com auditorias regulares e análise detalhada de como os recursos estão a ser utilizados.

Essas auditorias devem ser públicas e acessíveis, para que qualquer cidadão possa compreender como o desporto está a ser financiado e gerido no país. A prestação de contas e a fiscalização rigorosa são elementos essenciais para a evolução do desporto em Angola.

Devemos exigir, todos nós, maior transparência, responsabilidade e zelo no uso dos recursos públicos, para que possamos garantir um futuro próspero para as modalidades desportivas, promovendo o talento, o espírito de equipa e a excelência desportiva no país.

O desporto merece ser tratado com seriedade e profissionalismo, pois representa não apenas um instrumento de lazer e saúde, mas também uma poderosa ferramenta de promoção da imagem do país no cenário internacional.

 

Por: Luís Caetano

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