Imagina um local onde a cidadania é a tua língua.
A criação da Casa da Cidadania da Língua na cidade portuguesa de Coimbra, como centro de debate global das questões culturais e sociais da modernidade, e depois da entrada em vigor da Lei da Mobilidade da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), será um marco importante para Coimbra e para as relações de Portugal com todos os países de língua oficial portuguesa.
Uma Casa da Cidadania da Língua em Coimbra como um espaço de encontro, diálogo e cooperação entre os países de língua portuguesa.
É um lugar para discutir e debater questões culturais, sociais, políticas e econômicas que afetam as nações de língua de Camões em um mundo cada vez mais globalizado.
O intercâmbio de ideias, conhecimentos e experiências trará mais força aos laços entre os países de língua portuguesa, promovendo uma compreensão mútua mais profunda e contribuindo para a construção de uma comunidade mais coesa em tempos em que o território se apresenta desmaterializado e a língua não é mais um instrumento, mas sim uma verdadeira plataforma.
A entrada em vigor da Lei da Mobilidade da CPLP, que facilita a circulação de pessoas entre os países membros, é um elemento-chave nessa iniciativa.
Aqui, a Casa da Cidadania da Língua em Coimbra poderá desempenhar um papel fundamental, servindo como um ponto de apoio e informação, produzindo conhecimento e cultura destinados aos cidadãos dos países de língua portuguesa que desejam estudar, trabalhar, investir ou viver em Portugal ou em outros países da CPLP.
Seguindo esta proposta abrangente e inovadora, os decisores brasileiros, que hoje sentem e vivem Portugal como uma verdadeira casa, estão motivados a considerar a importância desta iniciativa e apoiá-la desde a sua origem.
Afinal, o Brasil é o país com a maior população de língua portuguesa do mundo e desempenha um papel central na tomada de decisões neste mundo fluido de novos territórios por desbravar.
Percebendo os benefícios de uma Casa da Cidadania da Língua em Coimbra, muitos dos decisores com quem tenho falado nos quatro cantos do Brasil sentem-se incentivados de tal forma que aderem ao projeto como se fosse deles.
E ao contribuírem com seu pensamento para este projeto, vultos da música e da literatura como Mia Couto, Sérgio Godinho, Ruy Castro, Zeca Baleiro, António Grassi, Afonso Borges, Djamila Ribeiro, Laurentino Gomes, Lilian Schwarz, Tom Farias, Monica Greylay, Bob Wolfenson, entre mais de uma centena de personalidades dos quatro continentes, definem um universo de possibilidades.
Agora é preciso planejar com rigor, captar os recursos adequados e o envolvimento dos diversos atores governamentais, instituições acadêmicas, empresas e sociedade civil, para que este esforço conjunto torne essa visão em realidade e aproveite todo o potencial que esta Casa da Cidadania da Língua pode oferecer.
Por: JOSÉ MANUEL DIOGO