Em Angola já não precisamos assistir os filmes da Hollywood, já temos a nossa Angowood. Aqui, os nossos actos têm mais adrelina em relação aos filmes produzidos pela Marvel ou DC, na Angowood já temos o povo e as suas justiças.
Agora nota-se que perdíamos tanto tempo em acompanhar o super-homem que só sabia salvar, mesmo arriscando a sua vida para o bem, nem os vilões mais perigosos conseguiam o deter, tudo aquilo era apenas uma fantasia, quase que não dormíamos só para acompanhar.
Não é que eu tenho sido chato com as minhas reflexões, é que a adrenalina que se vive na Angowood tem me despertado bastante, vê só, a minha mãe sempre teve paciência de nos ensinar que o único a fazer justiça é Deus, não o homem.
Na escola, por exemplo, se é que se ensina, a Organização das Nações Unidas condena actos do gênero. Mas afinal, qual é a importância da escola? Calma, não é este assunto que queremos abordar hoje.
Temos lidados com casos transgressores que merece da nossa máxima atenção, não só para o estado, como também da população em geral. Andamos a cometer, mas continuamos a insistir na mesma tecla.
Hoje em dia, já não se espera da patrulha policial, alguns alegam que demora para chegar, nem da sentença final do magistrado, porque somos todos aptos para julgar, nota-se que já somos todos especialistas em advocacia.
A minha maior preocupação não tem sido pelo facto de que carbonizamos pessoas erradas, mas sim no acto da própria carbonização por conta da justiça as mãos próprias, vejamos, então para que servem os nossos tribunais, as nossas esquadras policias, se bem que em alguns casos não têm sido a 100%, isso não justificará a barbaridade que cometemos.
A carbonização de indivíduos tem sido recorrente nos dias actuais, pecamos em não ouvir, apenas queremos agir. E se déssemos apenas 1 minuto ao músico que perderá a sua vida por ter ido cobrar a dívida? Ou mesmo alguns segundo ao professor que bateu a porta errada por conta do efeito do álcool? Provavelmente não chegaríamos ao extremo.
Nem misericórdia sentimos, já não practicamos o Ubuntu, não existe o amor ao próximo, o amor esfriou, e que restou é pena. É o momento de reflectirmos pelas vidas perdidas por conta das nossas injustiças, que têm sido um engano fatal, que muitas das vezes pensamos que é o caminho certo a seguir.
Não é o facto de que a patrulha policial leva séculos para chegar, ou então, a justiça não é feita ao momento certo, os mais velhos sempre dizem “justificar um erro, e cometer o outro”, e isso é que se vive, desrespeitamos a vida humana, não importa quem quer que seja, não optarmos pela carbonização, a vida é para é o bem mais precioso, e deve ser respeitada.