O presidente da China, Xi Jinping, conversou ao telefone, nessa Quarta-feira, com o seu homólogo ucraniano, Vladimir Zelensky.
Pequim comunicou que um enviado especial da Eurásia irá a Kiev em breve e a chancelaria russa disse “notar a prontidão chinesa”.
Segundo a diplomacia chinesa, o convite para a interacção entre os dois líderes partiu da Ucrânia, e Pequim “está pronta para cooperar com Kiev numa base mutuamente benéfica”.
“A China é consistente e clara na sua prontidão para desenvolver relações bilaterais com a Ucrânia.
Os dois lados precisam levar adiante a tradição de respeito mútuo e sinceridade, e levar adiante a parceria estratégica China-Ucrânia”, afirmou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying.
A diplomata também disse que o governo chinês espera que “todas as partes reflictam seriamente sobre a crise na Ucrânia e explorem conjuntamente maneiras de trazer paz e estabilidade duradouras à Europa por meio do diálogo”.
“A China não criou a crise da Ucrânia, nem é parte da crise.
Como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU e um grande país responsável, a China não ficaria de braços cruzados, nem colocaria óleo no fogo, muito menos exploraria a situação para ganhos próprios”, afirmou.
Ao mesmo tempo, Chunying informou que Pequim enviará um representante especial à Ucrânia e outros países.
O representante especial será Li Hui, que já foi embaixador da China na Rússia de 2009 a 2019.
Do lado ucraniano, Zelensky afirmou que teve “um telefonema longo e significativo” com Xi e que após a ligação e a “nomeação do embaixador da Ucrânia na China”, a comunicação entre os países “dará um forte impulso ao desenvolvimento das nossas relações bilaterais”.
O embaixador nomeado pelo governo ucraniano foi o ex-ministro de Indústrias Estratégicas, Pavel Riabikin.
Moscovo elogia prontidão chinesa
Após a ligação entre Xi e Zelensky, a porta-voz oficial da diplomacia russa, Maria Zakharova, disse que a Rússia nota a prontidão da China para ajudar a solucionar o conflito.
“Notamos a prontidão do lado chinês em fazer esforços para estabelecer o processo de negociação”.
Entretanto, Zakharova sublinhou que Kiev continua a rejeitar “quaisquer iniciativas sensatas destinadas a uma resolução política e diplomática da crise ucraniana e a um eventual acordo de negociações”, apresentando ultimatos com “exigências deliberadamente irrealistas”.
“As autoridades ucranianas e os seus curadores ocidentais já demonstraram a sua capacidade de encerrar iniciativas pacíficas […].
Portanto, é improvável que qualquer pedido de paz seja recebido adequadamente por fantoches controlados por Washington”, disse a diplomata.