Manila e Washington anunciaram, ontem, um acordo para aumentar a presença militar norte-americana nas Filipinas, com acesso dos Estados Unidos a mais quatro base
O compromisso surge no momento em que a Casa Branca procura dissuadir as acções cada vez mais agressivas da China em relação a Taiwan e no disputado mar do Sul da China.
O acordo foi alcançado durante a visita do secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, para conversações sobre o destacamento de forças e armas norte-americanas em mais campos militares filipinos.
Num anúncio conjunto das Filipinas e dos EUA, ambos explicaram terem decidido acelerar a plena implementação do Acordo Reforçado de Cooperação de Defesa (EDCA, na sigla em inglês), que visa apoiar formação combinada, exercícios e interoperabilidade.
Como parte do acordo, os EUA concederam 82 milhões de dólares (74,3 milhões de euros) para melhorias infraestruturais em cinco locais actuais que integram o EDCA, e expandir a presença militar para quatro novos espaços em “áreas estratégicas do país”, de acordo com o comunicado.
Austin chegou às Filipinas, na Terça-feira, vindo da Coreia do Sul, onde disse que os EUA aumentariam o destacamento de armas avançadas como caças e bombardeiros para a Península da Coreia, para reforçar o treino conjunto com as forças sul-coreanas, em resposta à crescente ameaça nuclear da Coreia do Norte.
Mais recentemente, as forças norte-americanas intensificaram e alargaram o treino conjunto centrado na prontidão de combate e resposta a catástrofes com tropas filipinas na costa ocidental do país e na região de Luzon, a partir do estreito de Taiwan. O chefe da defesa norte-americana é o mais recente responsável a visitar as Filipinas, depois da vicePresidente, Kamala Harris, em Novembro, num sinal de normalização dos laços entre os dois países, depois de um período de tensão com o anterior Presidente filipino Rodrigo Duterte.
As Filipinas e os membros da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) – Brunei, Malásia e Vietname, juntamente com Taiwan, têm estado envolvidos em disputas territoriais, cada vez mais tensas, com Pequim no mar do Sul da China.
Os EUA têm sido considerados como um contrapeso crucial à China na região e comprometeram-se a vir em defesa das Filipinas se forças, navios ou aviões filipinos vierem a ser atacados naquelas águas.
A Constituição filipina proíbe o acolhimento numa base permanente de tropas estrangeiras e o envolvimento em combate local.