O presidente russo, Vladimir Putin, autorizou a Guarda Nacional (Rosgvardia) a adquirir armas pesadas na sequência do motim do Grupo Wagner em Junho, disse, ontem, o Ministério da Defesa britânico
A medida, formalizada por decreto presidencial em 04 de Agosto, poderá indicar que o Governo russo pretende transformar a Rosgvardia numa das “principais organizações para garantir a segurança do regime”, considerou o ministério.
Num relatório sobre a guerra na Ucrânia, citado pela agência espanhola Europa Press, os serviços secretos britânicos referiram que a Rosgvardia “é composta por cerca de 200.000 soldados e a sua forma moderna data de 2016”.
A Guarda Nacional é uma organização de segurança separada das Forças Armadas da Federação Russa e responde directamente a Vladimir Putin.
“É dirigida por Viktor Zolotov, um antigo guarda-costas de Putin. A decisão de reforçar a força surge na sequência do abortado motim do (Grupo) Wagner, em Junho”, segundo o relatório diário divulgado nas redes sociais.
O grupo paramilitar privado liderado por Yevgeny Prigozhin esteve muito activo na guerra contra a Ucrânia até Junho, quando realizou uma alegada revolta contra as chefias militares russas.
“Apesar das garantias dadas por Zolotov de que as suas forças tiveram um excelente desempenho durante o motim, não há provas de que tenham sido tomadas medidas eficazes contra o Grupo Wagner”, declarou o Ministério da Defesa.
Milhares de mercenários liderados por Prigozhin, um aliado de Putin, foram depois deslocados para a vizinha Bielorrússia, o que levou a Polónia e os países do Báltico a alertar para possíveis acções de sabotagem nas fronteiras da União Europeia e da NATO.
A Polónia anunciou, Segunda-feira, o reforço das forças de segurança na fronteira com a Bielorrússia devido ao aumento da tensão após vários incidentes, incluindo uma nova vaga de migração que disse ser orquestrada por Minsk e Moscovo.
Varsóvia acusa a Rússia e a Bielorrússia de usarem migrantes e refugiados do Médio Oriente e do Norte de África para desestabilizar a Polónia e outros países da UE, considerando tratar-se de uma forma de “guerra híbrida”.
Além de integrarem a União Europeia, Polónia, Lituânia, Letónia e Estónia pertencem à Organização do Tratado do Atlântico Norte.
A Bielorrússia, de Alexander Lukashenko, apoia a guerra da Rússia contra a Ucrânia, desencadeada pela invasão lançada por Moscovo em 24 de Fevereiro e 2022.