O Instituto Médico Legal de São Paulo concluiu que as vítimas do vôo 2283 da Voepass, que caiu em Vinhedo, São Paulo, na Sextafeira, morreram de forma instantânea, no momento em que o aparelho tocou no solo
“Todas as vítimas tiveram politraumatismo e morreram de forma instantânea. As vítimas que tiveram algum nível de queimadura foi pósmorte”, afirmou, ao G1, Vladimir dos Reis, director do Instituto Médico Legal, citado também pelas Notícias ao Minuto. Referindo ainda que fica assim posta de parte a hipótese de alguma das vítimas ter sofrido uma paragem cardíaca durante a queda.
“A morte de todos os passageiros ocorreu no momento em que a aeronave tocou no chão”, reforçou. Recorde-se que o avião acidentado, um bimotor modelo ATR-72-500, de fabrico francês, fazia o trajecto entre a cidade de Cascavel e São Paulo, com 58 passageiros e quatro tripulantes a bordo, e caiu quando faltavam cerca de 80 quilómetros para chegar ao destino.
Entre as vítimas constava uma mulher de nacionalidade portuguesa. Gracinda, que tinha dupla nacionalidade, residia no Brasil há já vários anos, era casada há 25 e tinha três filhos.
Viajava juntamente com o marido, um cidadão brasileiro chamado Nélvio José Hubner. Segundo a CNN Brasil, Gracinda tinha 47 anos e completaria mais um aniversário dia 27 deste mês.
A G1 revela que do total de vítimas, até ao momento foram identificados 27 corpos, tendo as famílias destes sido informadas e recebido uma declaração de óbito.
Segundo Claudinei Salomão, superintentende da Polícia Científica, a maioria das vítimas pode ser identificada com o uso da digital. Para uma minoria, no entanto, a identidade só poderá ser confirmada com exames de DNA.
Apesar de se despenhar numa área residencial, o avião caiu nos quintais de um conjunto de residências sem atingir nenhuma edificação nem provocar mais vítimas. Após a tragédia, familiares e amigos vieram denunciar aquilo que consideram ter-se tratado de um acidente previsível.
Alguns dos passageiros terão, após entrar a bordo, denunciado as más condições do aparelho. Famílias acreditam que acidente não foi uma fatalidade e que as más condições de aparelho previam que algo assim pudesse acontecer.
As causas exactas, ainda não foram estabelecidas. No Domingo, as autoridades confirmaram que as informações contidas nas caixas negras do avião já tinham sido recuperadas pelos técnicos responsáveis pela investigação.
Em conferência de imprensa concedida em Vinhedo, cidade do interior de São Paulo onde ocorreu o acidente, Marcelo Moreno explicou que os investigadores começarão agora a analisar todos os dados extraídos para tentar descobrir as causas do acidente.
“O trabalho está apenas a começar. Os dados foram obtidos e validados, e agora temos que transformar essa imensa quantidade de dados em informações úteis”, disse o general, que destacou a capacidade do Cenipa de extrair dados de caixas negras sem necessidade de solicitar ajuda de outros países.
As duas caixas negras, uma para voz com conversas na cabine e outra para dados com todas as informações do vôo, foram recuperadas na noite de Sexta-feira e enviadas no Sábado para o principal laboratório do Cenipa, em Brasília.
O general disse na véspera que ainda é prematuro comentar as diferentes hipóteses que os especialistas têm apontado sobre as causas do acidente, a principal delas sobre a possível acumulação de gelo nas asas da aeronave, o que explicaria a sua reviravolta no ar.
“Neste momento não podemos dizer se isso foi decisivo ou não”, afirmou o militar, que esclareceu que a aeronave possuía dispositivos para evitar a formação de gelo.
Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), tanto a aeronave quanto a tripulação estavam em condições normais de operação e com todos os certificados exigidos actualizados.