Os bombardeamentos, que feriram também 35 pessoas, aconteceram nos arredores de Goma, capital da província de Kivu do Norte e uma das cidades mais populosas da RDC.
Os ataques foram atribuídos pelos governos da RDC e dos Estados Unidos da América ao grupo rebelde Movimento 23 de Março (M23) e ao Rwanda.
“O presidente da Comissão da UA, Moussa Faki Mahamat, condena com a maior veemência os bombardeamentos mortais dos campos de deslocados de Lac-Vert e Mugunga”, declarou, ontem, a organização pan-africana num comunicado emitido a partir de Adis Abeba, onde tem a sua sede.
No mesmo texto, que não apontou culpados pelos dois bombardeamentos, Mahamat deplorou ainda a “escalada contínua da violência em todas as suas formas no Leste da RDC”.
“Esta violência é contrária ao espírito e às conclusões da reunião ministerial de Luanda de 21 de Março de 2024, que apelou, nomeadamente, a um cessar-fogo completo e imediato”, sublinhou.
O presidente da Comissão reiterou a posição da UA “a favor de uma solução política global para os desafios da paz e da segurança na região”. “Os Estados Unidos condenam, veementemente, o ataque de hoje às forças armadas ruandesas e às posições do M23 no campo de deslocados internos de Mugunga”, disse um porta-voz do Departamento de Estado norte-americano num comunicado divulgado na Sexta-feira.
As Nações Unidas classificaram os ataques como uma “violação flagrante dos direitos humanos e do direito humanitário internacional e que pode constituir um crime de guerra”.
O M23 negou qualquer papel nos ataques e culpou as forças congolesas, num comunicado publicado na rede social X, e o Rwanda reagiu à acusação norte-americana, descrevendo-a como “ridícula” e “absurda”.
O M23 é um dos mais de 100 grupos armados activos no Leste da RDC, muito rica em ouro, metais raros fundamentais às maiores tecnológicas mundiais e vários outros recursos minerais.
O M23 – constituído em 04 de Abril de 2012, quando 300 soldados das Forças Armadas da RDCongo se sublevaram por alegado incumprimento do acordo de paz de 23 de Março de 2009, que dá nome ao movimento, e pela perda de poder do seu ex-líder, Bosco Ntaganda, que voltou a pegar em armas no final de 2021, depois de uma década inactivo.