Numa intervenção no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, durante o debate de preparação do Conselho Europeu que decorre entre Quinta e Sexta-feira, Ursula Von der Leyen afirmou que a UE continuará a apoiar a Síria, “mas com uma nova tónica na recuperação rápida e na reconstrução”, na sequência da queda do regime de Bashar al-Assad, após uma ofensiva relâmpago liderada pelo grupo islamita HTS (Organização pela Libertação do Levante). “Estamos a falar de electricidade, água, infra-estruturas básicas e muito mais. Mas isto terá de seguir uma abordagem passo a passo.
Os novos dirigentes de Damasco têm de provar que os seus actos correspondem às suas palavras”, defendeu. Von der Leyen considerou que a UE deveria “reconsiderar as sanções sectoriais, a fim de facilitar a reconstrução”.
“Também aqui – para o fazer, precisamos de ver progressos reais no sentido de um processo político inclusivo. A Europa tem influência na Síria. E devemos utilizá-la, para que o poder possa voltar para o povo da Síria”, sustentou.
Sobre os refugiados sírios que fugiram para a Europa no início das manifestações anti-Assad que desencadearam uma guerra civil, em 2011, Von der Leyen sustentou que, “embora todos os refugiados tenham o direito de regressar, esse regresso tem de ser voluntário, seguro e digno”. “A queda do regime deu esperança a muitos refugiados sírios. Um número significativo deles já começou a regressar à Síria.
Mas as agências da ONU dizemnos que continuam a existir riscos, tanto para os indivíduos como para os grupos étnicos”, alertou. A Europa, acrescentou, “está pronta a apoiar os sírios que decidirem regressar a casa em todas as etapas do caminho”.
Vários países da UE já anunciaram que não aceitarão novos refugiados sírios, enquanto a Áustria está a incentivar o regresso dos que se encontram no país. O Governo português disse na semana passada que ainda não tomou uma decisão sobre novos refugiados e quer esperar para ver se haverá uma grande pressão sobre o país, mas garantiu que os refugiados que já se encontram em Portugal não serão forçados a regressar à Síria e que não suspenderá os processos de migração já em curso.
“A Síria pertence a todo o seu povo, incluindo aqueles que fugiram da brutalidade de Assad. E todos os sírios têm o direito de tomar nas suas mãos o futuro do país”, sublinhou a presidente da Comissão Europeia.